Mercados exageraram no bear market? Saiba as apostas para os juros nesta Super Quarta
O Ibovespa (IBOV) engatou no movimento de bear market (expressão em inglês para mercados em baixa) nesta segunda-feira (13), com muitos analistas até reconhecendo que o índice corre risco de perder a barreira psicológica dos 100 mil pontos.
Enquanto os ativos de risco na renda varável têm apanhado no Brasil e no mundo afora, o dólar e os investimentos em renda fixa operam com alta firme, aproveitando a especulação dos investidores quanto às decisões de juros nesta Super Quarta.
Na quarta-feira (15), tanto Brasil quanto Estados Unidos terão decisão de política monetária e devem apresentar aos mercados novos patamares de juros.
No caso dos EUA, que estão no início do ciclo de aperto monetário, a expectativa predominante é de mais uma alta de 0,5 ponto percentual (p.p.), no mesmo ritmo observado na reunião do Federal Reserve (Fed) em maio.
Sangria nos mercados
Pelo tom de queda das bolsas de todo o mundo, parecia que o Fed poderia estar cogitando uma alta mais hawkish (agressiva), na ordem 0,75 p.p., para conter a inflação recorde nos EUA. Mas não é o que pensa economista ouvida pelo Money Times.
“Esperamos mais uma alta de 50 pontos pelo Fed, ainda que a inflação recorde em maio e dados de confiança do consumidor de Michigan tenham sido feios. São dados difíceis de mudar um cenário já precificado pelos mercados”, afirma Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital.
O quadro de inflação nos EUA é bastante espalhado, mesmo retirando a pressão de alguns núcleos (como itens de reabertura da economia e choque de oferta), o indicador bate 0,5% no mês, explica a economista.
“O cenário que temos agora de inflação persistente e política monetária mais restritiva nos EUA já foi considerado meses atrás e um ritmo de alta de juros em 50 pontos a cada 45 dias já é uma medida dura”, reforça a economista-chefe da Tenax Capital.
Aonde vai parar a Selic?
Na esteira de mais uma alta de 50 pontos base da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, nesta Super Quarta, o mercado recalibrou suas apostas para o fim do ciclo de aperto monetário.
O BTG Pactual (BPAC11) divulgou nesta segunda-feira (13) sua expectativa de que a taxa Selic encerre seu ciclo de alta em 13,75% ao ano.
“Com a mais uma alta de 50 pontos agora em junho, a Selic passaria dos atuais 12,75% para 13,25%. Em agosto, precificamos mais uma elevação na ordem de 50 pontos, fechando o estágio terminal de juros no Brasil em 13,75% ao”, afirmam os economistas Álvaro Frasson, Arthur Mota e Leonardo Paiva.
Os economistas do BTG afirmam que o Banco Central do Brasil devem retirar a frase “ajuste de menor magnitude” no próximo comunicado para ganhar graus de liberdade na decisão de agosto.
“Vale lembrar que na curva futura de juros, o mercado está marcando 25 pontos base para agosto [ou seja, uma Selic terminal em 13,25% ao ano]”, afirma o quarteto de especialista.
Combustíveis abastecem inflação
Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, também corrobora com a visão de Selic em 13,75% ao ano.
Entram nas discussões do Copom as medidas que tramitam no Congresso Nacional para baratear os combustíveis.
“Embora se diminua a inflação nesse ano, acaba-se por aumentar a expectativa em 2023 e por inércia a pressão inflacionário em 2024, horizonte que o BC começa a considerar a partir de agosto”, explica.
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