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Mercados emergentes no 1T25: Brasil é o ‘potencial vencedor relativo nesse cenário global’, aponta XP

23 abr 2025, 15:11 - atualizado em 23 abr 2025, 15:11
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Os mercados emergentes no 1T25 beneficiaram o Brasil, elencando o país ao posto de potencial vencedor relativo nesse cenário global (Imagem: Skyler Ewing/Pexels/Canva)

A rotação global fora dos Estados Unidos (EUA) no primeiro trimestre de 2025 (1T25) beneficiou os mercados emergentes e o Brasil por meio de uma retomada dos fluxos de capital estrangeiro.

Isso é o que aponta a XP Investimentos em relatório assinado por Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Raphael Figueredo, Júlia Aquino e Lucas Rosa. Para eles, os fluxos estrangeiros para ações brasileiras encerraram o trimestre positivo, com entradas líquidas de R$ 11 bilhões no mercado à vista e R$ 500 milhões no mercado futuro.

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No mês passado, os estrangeiros permaneceram compradores líquidos, registrando R$ 3,5 bilhões no mercado à vista e R$ 6,8 bilhões em futuros. No entanto, até agora, os resultados de abril são negativos, com saídas líquidas totais de R$ 8,7 bilhões.

A equipe pontua que essa performance levantam preocupações em meio ao aumento de um movimento de aversão ao risco nos mercados globais — pressionadas pelo anúncio de tarifas pelo governo Trump e o aumento dos temores de recessão nos EUA.

“Olhando à frente, seguimos vendo o Brasil como potencial vencedor relativo nesse cenário global. Por outro lado, uma guerra comercial prolongada pode gerar uma desaceleração mais forte ou até recessão nas economias dos EUA e global, o que provavelmente afetaria negativamente ainda mais os fluxos estrangeiros para o Brasil”, afirmam.

Como performaram os mercados emergentes no 1T25?

Em março, os fluxos foram positivos em R$ 3,5 bilhões no mercado à vista e R$ 6,8 bilhões em futuros, totalizando R$ 10,3 bilhões no mês e R$ 11,4 bilhões no primeiro trimestre. Isso fez com que o fluxo para os emergentes encerrace o 1T25 com fortes entradas.

Os analistas ponderam que os primeiros meses de 2025 foram marcados por uma rotação de capital para fora dos EUA, favorecendo os ativos de risco ao redor do mundo com fortes entradas de fluxos estrangeiros — e o Brasil não foi uma exceção desse movimento.

Nesse cenário, o resultado foi de uma Bolsa brasileira dentre as lideranças dos mercados no trimestre, com alta de 8,3% em reais e 16,9% em dólares.

Por outro lado, os dados iniciais de abril sugerem um cenário menos construtivo, com saídas líquidas de R$ 6,9 bilhões no mercado à vista e R$ 1,9 bilhão em futuros.

“Até agora, o sentimento de aversão ao risco aumentou significativamente nos mercados globais, impulsionado pelo anúncio de tarifas do governo Trump e pelas crescentes preocupações com uma possível recessão nos EUA”, destacam.

Nesse contexto, o Ibovespa acumula queda de 0,6% em reais e 2,8% em dólares no mês, embora siga relativamente resiliente em comparação a outros mercados, como S&P 500 (-3,7%), Stoxx 50 (-1,9%) e Hang Seng Index (-7,1%).

“Olhando à frente, o Brasil pode se consolidar como um vencedor relativo nesse cenário, mas uma guerra comercial prolongada também pode levar a uma desaceleração das economias dos EUA e global, pressionando os fluxos estrangeiros e o desempenho da bolsa brasileira”, completam.

Mas, como nem tudo é “tão alinhadinho”, em contrapartida, os fluxos de investidores domésticos foram negativos em março. Isso porque, as saídas líquidas registraram R$ 1,6 bilhão no mercado à vista e R$ 6,7 bilhões em futuros.

No entanto, os analistas reforçam que a tendência em abril é positiva até agora, compensando parcialmente as vendas de estrangeiros, com entradas líquidas de R$ 5,6 bilhões no mercado à vista e R$ 1,4 bilhão em futuros.

Os institucionais registraram o 11º mês consecutivo de saídas líquidas no mercado à vista, com R$ 1,4 bilhão, além de saídas de R$ 5,2 bilhões em futuros. Já os dados iniciais de abril são mais positivos, com entradas de R$ 3,3 bilhões no mercado à vista e R$ 800 milhões em futuros.

Em linha de queda, os fluxos dos investidores pessoa física também foram negativos em março, com saídas de R$ 200 milhões no mercado à vista e R$ 1,5 bilhão em futuros, acumulando entradas de R$ 1,4 bilão em à vista e saídas de R$ 1,8 bbilhão em futuros no período trimestral. Já em abril, seguem positivos até agora, com entradas líquidas de R$ 2,9 bilhões.

Contudo, a indústria de fundos registrou mais um mês negativo, com resgates líquidos de R$ 5,2 bilhões. Para a equipe, os fundos de ações continuaram sofrendo, com resgates de R$ 8,5 bilhões no último mês, enquanto os fundos de renda fixa registraram entradas de R$ 8,3 bilhõesapós um fevereiro negativo.

Embora o peso negativo, o principal destaque do trimestre foram os fundos multimercados, que apresentaram entradas de R$ 600 milhões — seu primeiro com fluxos positivos desde agosto de 2023.

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Estagiária
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
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