Mercado crava aposta em alta de 1,5 p.p. do juro nesta semana
O mercado financeiro voltou a cortar estimativas para o crescimento da economia neste ano e no próximo, além de aumentar previsões para a inflação, enquanto passou a ver uma taxa de câmbio mais depreciada e manteve expectativa de alta de 1,50 ponto percentual da Selic nesta semana, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
Pelos números da Focus, baseados em compilação de previsões de cerca de 100 respondentes na sondagem do BC, a taxa básica de juros fechará 2021 em 9,25%, mesma previsão da semana anterior e ante taxa atual de 7,75% ao ano.
A Selic ainda finalizaria 2022 em 11,25%, também mesmo prognóstico da semana anterior.
O Bacen aumentará a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual nesta semana, em face de persistentes preocupações fiscais, e provavelmente também reconhecerá a ameaça representada pela cepa Ômicron da Covid-19, mostrou uma pesquisa da Reuters na semana passada.
A inflação, motivo pelo qual o BC tem liderado um dos apertos monetários mais agressivos do mundo, deve ficar ainda mais elevada neste ano e no próximo, conforme a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.
O prognóstico para o IPCA de 2021 passou de 10,15% para 10,18%, e o para 2022 foi de 5,00% a 5,02%. A inflação em 12 meses, porém, agora é prevista em 5,36%, de 5,48% na semana anterior –segunda semana consecutiva de queda na estimativa.
Mas chama atenção o aumento da perspectiva para o IPCA de 2023 (de 3,42% para 3,50%), distanciando-se ainda mais da meta para esse ano (3,25%).
O PIB deverá crescer 4,71% em 2021, abaixo dos 4,78% previstos na semana anterior. Em 2022, a economia avançará 0,51%, de 0,58% da previsão anterior.
O dólar terminará este ano em 5,56 reais (5,50 reais na estimativa da semana anterior). Ao fim de 2022 a moeda norte-americana ficará em 5,55 reais, de 5,50 reais do cenário anterior. É a primeira alta nas estimativas após quatro semanas de estabilidade.
O dólar fechou em alta na sexta-feira, perto de 5,68 reais e na máxima desde abril, alavancado por um movimento global de busca por segurança e com agentes de mercado à espera da decisão do Copom na próxima quarta-feira.
(Atualizada às 09:03)