Mercado vê nova orientação para compras pelo Banco Central dos EUA
O banco central dos EUA esta semana irá vincular o futuro das compras de ativos a métricas de emprego e inflação, sem tomar medidas imediatas para alterar o ritmo ou composição de suas compras de títulos de dívida, preveem economistas sondados pela Bloomberg News.
Para uma pequena maioria dos 47 profissionais que responderam a um questionário entre 4 e 10 de dezembro, esta nova orientação será aprovada na reunião de política monetária que termina na quarta-feira. Os outros economistas participantes esperam que isso aconteça em janeiro ou março.
Já um aumento do estímulo monetário é considerado improvável nesta semana. Quase dois terços dos economistas esperam que o comitê de política monetária do Federal Reserve amplie antes do final de 2021 o prazo médio dos títulos nas compras em curso. No entanto, apenas 23% dos que preveem esta decisão acham que ela ocorrerá nesta reunião de dezembro.
Embora seu impacto seja limitado, uma nova orientação pode esclarecer as condições que levariam o Fed a aumentar ou diminuir o ritmo de compras de títulos.
As autoridades estão comprando atualmente US$ 80 bilhões por mês em títulos do Tesouro e US$ 40 bilhões por mês em títulos garantidos por financiamentos imobiliários, dentro de um programa desenvolvido para pressionar para baixo o custo real dos empréstimos para famílias e empresas abaladas pela pandemia da Covid-19.
As compras em grande escala começaram em março, ao mesmo tempo em que a taxa básica de juros caiu para zero.
Somente 19% dos entrevistados esperam que o Fed aumente o montante para compras mensais no ano que vem. Uma parcela maior de participantes, 32%, prevê que as autoridades diminuirão as compras no período. O resto, formado quase pela metade dos participantes, não antecipa qualquer mudança até o final de 2021.
“O panorama fiscal pode ser um fator importante” em se tratando de possíveis mudanças nas compras de títulos pelo Fed, afirmou Brett Ryan, economista sênior da Deutsche Bank Securities nos EUA, em comentários que acompanharam sua resposta. “Tudo o mais constante, menos estímulo fiscal colocaria mais pressão sobre os formuladores de política monetária para que forneçam mais acomodação para atingir seus objetivos.”
As autoridades lidam com elevado grau de incerteza em seus esforços para ajustar a política monetária. A disparada dos casos, hospitalizações e mortes por Covid-19 freou significativamente a recuperação da economia americana após o tombo de março e abril e pode até reverter o processo. Alguns especialistas agora projetam retração econômica no primeiro trimestre de 2021.
Paralelamente, a chegada das vacinas e a possibilidade de aprovação de novos estímulos pelo Congresso aumentaram as chances de recuperação saudável do crescimento e do emprego no segundo semestre do ano que vem.