Economia

Mercado vê déficit fiscal subir a R$ 116 bi em 2023, mostra Prisma

12 dez 2022, 12:31 - atualizado em 12 dez 2022, 12:31
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O movimento é resultado de um crescimento moderado na projeção das receitas líquidas do governo, de 1,873 trilhão de reais para 1,877 trilhão de reais (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O mercado financeiro piorou a projeção para o resultado primário do governo em 2023, em meio às negociações para ampliação de gastos no ano que vem e às incertezas sobre o futuro do arcabouço fiscal do país, mostrou relatório Prisma Fiscal divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Economia.

De acordo com o documento, que capta projeções de agentes de mercado para as contas públicas, a mediana das expectativas para o resultado primário do governo central em 2023 ficou em déficit de 116,2 bilhões de reais, ante saldo negativo de 93,0 bilhões de reais projetado em novembro.

O movimento é resultado de um crescimento moderado na projeção das receitas líquidas do governo, de 1,873 trilhão de reais para 1,877 trilhão de reais, enquanto haveria uma alta forte nas despesas totais, de 1,949 trilhão de reais para 1,988 trilhão de reais.

Para este ano, o dado para o governo central segue em trajetória positiva, com expectativa de superávit de 63,9 bilhões de reais, contra saldo positivo de 59,3 bilhões de reais estimados no levantamento anterior.

Se confirmado, será o primeiro resultado no azul em nove anos para o governo central, que reúne contas de Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central.

Os analistas consultados pela pasta reduziram a previsão para a dívida bruta do governo geral em 2022 para 75,60% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 77,28% na pesquisa de novembro. Para 2023, a estimativa está em 80,50%, contra 80,78% na pesquisa anterior.

Ainda não há clareza sobre o quadro fiscal do país em 2023. O Orçamento do ano que vem foi enviado ao Congresso pelo governo com a previsão de um rombo de 63,7 bilhões de reais, número que não incorpora promessas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, como o Auxílio Brasil em patamar elevado, que originalmente valeria até dezembro.

O governo eleito negocia com o Congresso a aprovação de uma PEC para ampliar os gastos no ano que vem e liberar outros desembolsos de ministérios.

O texto aprovado no Senado, que ainda será avaliado pela Câmara, amplia o teto de gastos em 145 bilhões de reais.