Mercados

Ibovespa despenca e perde os 100 mil pontos; mercado aguarda Banco Central “atrasado”

06 mar 2020, 10:35 - atualizado em 06 mar 2020, 10:49
Mercados baixa
A preocupação nos mercados segue grande com os impactos que a epidemia de coronavírus vai causar na economia mundial (Imagem: Unsplash/@kalebtapp)

O Ibovespa (IBOV) vive mais um dia sangrento na abertura desta sexta-feira (6) após a baixa de 4,65% na véspera. Há instantes, o índice apresentava queda de 4,20%, a 97.944 pontos. O mercado aguarda uma atuação do Banco Central em relação ao juro, que só se reúne no próximo dia 18 de março.

Às 10:21, o dólar recuava 0,85%, a 4,6461 reais na venda, e chegou a tocar a máxima histórica de 4,6730 reais apesar das intervenções do Banco Central. O principal contrato futuro da moeda norte-americana tinha ganho de 0,77, a 4,6515 reais.

Nos EUA, os mercados futuros também apontam para uma forte queda. Há pouco, o S&P 500 recuava 2,8% e o Dow Jones 3%. A Nasdaq caía 3,3%.

A economia americana gerou 273 mil vagas em fevereiro, muito acima dos 175 mil postos esperados pelo mercado, segundo uma pesquisa da Reuters. A taxa de desemprego se manteve em 3,5%.

“Com o impacto econômico do coronavírus grande e crescente, os formuladores de políticas nas economias avançadas estão sendo forçados a reagir”, afirmou o economista Adam Slater, da Oxford Economics, em relatório enviado a clientes mais cedo.

“Mas opções monetárias e fiscais convencionais, como o recente corte emergencial das taxas pelo Federal Reserve, podem não ser suficientes. Novas abordagens podem ser necessárias para reduzir o impacto do vírus e permitir uma rápida recuperação das perdas econômicas quando o surto desaparecer”.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,62%(Imagem: Reuters/Aly Song)

Internacional

O indicador-chave das expectativas de inflação de longo prazo na zona do euro caía nesta sexta-feira para registrar mínimas não muito distantes de 1%, pressionando mais o Banco Central Europeu (BCE) a tomar medidas para acelerar o crescimento econômico do país em meio ao surto de coronavírus. A expectativa no longo prazo caía para uma mínima recorde de 1,0327%, sendo que caiu 25 pontos-base no mês passado.

Os índices acionários da China registraram o maior avanço semanal em um ano mesmo depois de terem recuado nesta sexta-feira, acompanhando as perdas nos mercados internacionais, com os investidores esperando mais suporte para sustentar a economia em meio ao surto do coronavírus.

No dia, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,62%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,21%.

Economia

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) interrompeu três meses de altas e recuou em fevereiro, indicando cautela em relação à recuperação do mercado de trabalho, mostraram nesta sexta-feira dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, teve queda de 0,3 ponto em fevereiro, para 92 pontos.

Commodities

Os contratos futuros do minério de ferro na China e Cingapura caíram nesta sexta-feira. O minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou em baixa de 2,2%, a 650 iuanes (93,58 dólares) por tonelada, mas saltou 5,4% em relação à semana passada. Os contratos futuros na Bolsa de Cingapura caíram 1,1%.

Empresas

O lucro líquido consolidado da Natura&Co (NTCO3), que inclui Natura, Aesop, The Body Shop e as subsidiárias nos EUA, França e Holanda, retraiu 96,3% no quarto trimestre de 2019 ante o trimestre anterior. Segundo o balanço operacional da companhia, divulgado ontem (5), o valor sem efeito de IFRS 16 passando de R$ 381,7 milhões para R$ 14,3 milhões. Na análise dos 12 meses do ano, o lucro caiu 65,2%, de R$ 548,4 milhões para R$ 190,9 milhões.

A Odontoprev (ODPV3) encerrou o quarto trimestre do ano passado com queda de 7,4% no lucro líquido ante o mesmo período de 2018, tendo o valor atingido R$ 71,6 milhões. Dados do relatório operacional divulgado pela companhia ontem (5) também mostraram que o montante ficou estável nos 12 meses do ano, permanecendo em R$ 284,7 milhões.

Valid
O lucro da Valid despencou no final do ano passado (Imagem: Instagram da Valid)

O lucro líquido da Valid (VLID3) despencou 92,8% no 4º trimestre de 2019 e totalizou R$ 3,1 milhões no período. De acordo com o resultado divulgado ao mercado, o valor com a norma IFRS16 caiu ainda mais com um total de R$ 2,6 milhões.

Gol (GOLL4) teve queda na taxa de ocupação total de seus voos em fevereiro para 80,7%, ante 81,1% um ano antes, com a demanda aumentando 7,2% enquanto a oferta cresceu 7,7%, na mesma base de comparação, conforme dados divulgados nesta sexta-feira.

Tegma Logística (TGMA3) comunica aos seus acionistas, investidores e ao mercado em geral que o conselho de administração da companhia acatou o pedido de renúncia do diretor da Presidência e Relação com Investidores Gennaro Oddone, conforme fato relevante desta quinta-feira (5).

O lucro líquido da Santos Brasil (STBP3) cresceu 396,8% em 2019, a R$ 15,4 milhões, divulgou a empresa por meio de um comunicado enviado ao mercado nesta quinta-feira (5). Já no último trimestre de 2019, o resultado ficou em R$ 10,4 milhões (+173,7%), com impacto positivo de ganhos não recorrentes no montante de R$ 17,6 milhões.

CVC
A CVC anunciou a troca no seu comando após dúvidas sobre a sua contabilidade (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

A operadora de turismo CVC (CVCB3) anunciou nesta quinta-feira que seu presidente-executivo, Luiz Fogaça, apresentou pedido de renúncia e que o conselho de administração da companhia aprovou a indicação de Leonel Andrade para substituí-lo.

A locadora de veículos pesados Vamos, controlada pela empresa de logística JSL (JSLG3), anunciou nesta quinta-feira o calendário de sua oferta inicial de ações, que pode movimentar até 1,5 bilhão de reais.

B3 (B3SA3) anunciou um programa de recompra das suas ações que pode chegar ao valor de até R$ 1,022 bilhão, considerando o preço de hoje (R$ 47,11), mostra um comunicado enviado ao mercado nesta quinta-feira (5).

A operadora brasileira de infraestrutura de mercado informou nesta quinta-feira que teve lucro recorrente de 864,5 milhões de reais no quarto trimestre, aumento de 20,9% sobre um ano antes.

JHSF (JHSF3) firmou um contrato de R$ 16 milhões com a Synerjet Corp, distribuidor para America Latina da “Pilatus Aircraft”, contrato de construção e aluguel (built to suit) pelo de 10 anos para a instalação de um hangar de 3.000 metros quadrados no aeroporto São Paulo Catarina.

Hering (HGTX3) teve lucro líquido de 63,2 milhões de reais nos últimos três meses do ano passado, um queda de cerca de 34% sobre o mesmo período de 2018, pressionada por fraqueza nas vendas da companhia no país.

O GPA, dono do Pão de Açúcar (PCAR4), anunciou nesta quinta-feira acordo com fundos geridos pela TRX para vender 43 imóveis onde opera lojas de várias bandeiras de mercados por quase 1,25 bilhão de reais, com combinações para alugá-los por 15 anos.

A empresa de concessões de infraestrutura CCR (CCRO3) anunciou nesta quinta-feira que teve lucro comparável de 499,2 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 3% sobre um ano antes, refletindo maiores despesas com amortização, à medida que se aproxima o fim das concessões da NovaDutra e RodoNorte. Em termos líquidos, a empresa teve lucro de 392,6 milhões de reais, ante prejuízo de 307 milhões de reais um ano antes, quando o resultado havia refletindo despesas extraordinárias devido a um acordo de leniência.

A Riva 9, construtora com sede em Minas Gerais e controlada pela Direcional Engenharia (DIRR3), protocolou nesta quinta-feira seu pedido de registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

Petrobras (PETR3PETR4) afirma que iniciou a etapa de venda de seus negócios de distribuição e comercialização de combustíveis e lubrificantes na Colômbia. Segundo o fato relevante desta sexta-feira (6), a estatal brasileira explica que o projeto visa a venda de 100% de suas participações em subsidiárias no vizinho latino.

(Com Reuters, Investing.com, Agência Brasil e Bloomberg)

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