Ibovespa despenca e perde os 100 mil pontos; mercado aguarda Banco Central “atrasado”
O Ibovespa (IBOV) vive mais um dia sangrento na abertura desta sexta-feira (6) após a baixa de 4,65% na véspera. Há instantes, o índice apresentava queda de 4,20%, a 97.944 pontos. O mercado aguarda uma atuação do Banco Central em relação ao juro, que só se reúne no próximo dia 18 de março.
Às 10:21, o dólar recuava 0,85%, a 4,6461 reais na venda, e chegou a tocar a máxima histórica de 4,6730 reais apesar das intervenções do Banco Central. O principal contrato futuro da moeda norte-americana tinha ganho de 0,77, a 4,6515 reais.
Nos EUA, os mercados futuros também apontam para uma forte queda. Há pouco, o S&P 500 recuava 2,8% e o Dow Jones 3%. A Nasdaq caía 3,3%.
A economia americana gerou 273 mil vagas em fevereiro, muito acima dos 175 mil postos esperados pelo mercado, segundo uma pesquisa da Reuters. A taxa de desemprego se manteve em 3,5%.
“Com o impacto econômico do coronavírus grande e crescente, os formuladores de políticas nas economias avançadas estão sendo forçados a reagir”, afirmou o economista Adam Slater, da Oxford Economics, em relatório enviado a clientes mais cedo.
“Mas opções monetárias e fiscais convencionais, como o recente corte emergencial das taxas pelo Federal Reserve, podem não ser suficientes. Novas abordagens podem ser necessárias para reduzir o impacto do vírus e permitir uma rápida recuperação das perdas econômicas quando o surto desaparecer”.
Internacional
O indicador-chave das expectativas de inflação de longo prazo na zona do euro caía nesta sexta-feira para registrar mínimas não muito distantes de 1%, pressionando mais o Banco Central Europeu (BCE) a tomar medidas para acelerar o crescimento econômico do país em meio ao surto de coronavírus. A expectativa no longo prazo caía para uma mínima recorde de 1,0327%, sendo que caiu 25 pontos-base no mês passado.
Os índices acionários da China registraram o maior avanço semanal em um ano mesmo depois de terem recuado nesta sexta-feira, acompanhando as perdas nos mercados internacionais, com os investidores esperando mais suporte para sustentar a economia em meio ao surto do coronavírus.
No dia, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,62%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,21%.
Economia
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) interrompeu três meses de altas e recuou em fevereiro, indicando cautela em relação à recuperação do mercado de trabalho, mostraram nesta sexta-feira dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, teve queda de 0,3 ponto em fevereiro, para 92 pontos.
Commodities
Os contratos futuros do minério de ferro na China e Cingapura caíram nesta sexta-feira. O minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou em baixa de 2,2%, a 650 iuanes (93,58 dólares) por tonelada, mas saltou 5,4% em relação à semana passada. Os contratos futuros na Bolsa de Cingapura caíram 1,1%.
Empresas
O lucro líquido consolidado da Natura&Co (NTCO3), que inclui Natura, Aesop, The Body Shop e as subsidiárias nos EUA, França e Holanda, retraiu 96,3% no quarto trimestre de 2019 ante o trimestre anterior. Segundo o balanço operacional da companhia, divulgado ontem (5), o valor sem efeito de IFRS 16 passando de R$ 381,7 milhões para R$ 14,3 milhões. Na análise dos 12 meses do ano, o lucro caiu 65,2%, de R$ 548,4 milhões para R$ 190,9 milhões.
A Odontoprev (ODPV3) encerrou o quarto trimestre do ano passado com queda de 7,4% no lucro líquido ante o mesmo período de 2018, tendo o valor atingido R$ 71,6 milhões. Dados do relatório operacional divulgado pela companhia ontem (5) também mostraram que o montante ficou estável nos 12 meses do ano, permanecendo em R$ 284,7 milhões.
O lucro líquido da Valid (VLID3) despencou 92,8% no 4º trimestre de 2019 e totalizou R$ 3,1 milhões no período. De acordo com o resultado divulgado ao mercado, o valor com a norma IFRS16 caiu ainda mais com um total de R$ 2,6 milhões.
A Gol (GOLL4) teve queda na taxa de ocupação total de seus voos em fevereiro para 80,7%, ante 81,1% um ano antes, com a demanda aumentando 7,2% enquanto a oferta cresceu 7,7%, na mesma base de comparação, conforme dados divulgados nesta sexta-feira.
A Tegma Logística (TGMA3) comunica aos seus acionistas, investidores e ao mercado em geral que o conselho de administração da companhia acatou o pedido de renúncia do diretor da Presidência e Relação com Investidores Gennaro Oddone, conforme fato relevante desta quinta-feira (5).
O lucro líquido da Santos Brasil (STBP3) cresceu 396,8% em 2019, a R$ 15,4 milhões, divulgou a empresa por meio de um comunicado enviado ao mercado nesta quinta-feira (5). Já no último trimestre de 2019, o resultado ficou em R$ 10,4 milhões (+173,7%), com impacto positivo de ganhos não recorrentes no montante de R$ 17,6 milhões.
A operadora de turismo CVC (CVCB3) anunciou nesta quinta-feira que seu presidente-executivo, Luiz Fogaça, apresentou pedido de renúncia e que o conselho de administração da companhia aprovou a indicação de Leonel Andrade para substituí-lo.
A locadora de veículos pesados Vamos, controlada pela empresa de logística JSL (JSLG3), anunciou nesta quinta-feira o calendário de sua oferta inicial de ações, que pode movimentar até 1,5 bilhão de reais.
A B3 (B3SA3) anunciou um programa de recompra das suas ações que pode chegar ao valor de até R$ 1,022 bilhão, considerando o preço de hoje (R$ 47,11), mostra um comunicado enviado ao mercado nesta quinta-feira (5).
A operadora brasileira de infraestrutura de mercado informou nesta quinta-feira que teve lucro recorrente de 864,5 milhões de reais no quarto trimestre, aumento de 20,9% sobre um ano antes.
A JHSF (JHSF3) firmou um contrato de R$ 16 milhões com a Synerjet Corp, distribuidor para America Latina da “Pilatus Aircraft”, contrato de construção e aluguel (built to suit) pelo de 10 anos para a instalação de um hangar de 3.000 metros quadrados no aeroporto São Paulo Catarina.
A Hering (HGTX3) teve lucro líquido de 63,2 milhões de reais nos últimos três meses do ano passado, um queda de cerca de 34% sobre o mesmo período de 2018, pressionada por fraqueza nas vendas da companhia no país.
O GPA, dono do Pão de Açúcar (PCAR4), anunciou nesta quinta-feira acordo com fundos geridos pela TRX para vender 43 imóveis onde opera lojas de várias bandeiras de mercados por quase 1,25 bilhão de reais, com combinações para alugá-los por 15 anos.
A empresa de concessões de infraestrutura CCR (CCRO3) anunciou nesta quinta-feira que teve lucro comparável de 499,2 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 3% sobre um ano antes, refletindo maiores despesas com amortização, à medida que se aproxima o fim das concessões da NovaDutra e RodoNorte. Em termos líquidos, a empresa teve lucro de 392,6 milhões de reais, ante prejuízo de 307 milhões de reais um ano antes, quando o resultado havia refletindo despesas extraordinárias devido a um acordo de leniência.
A Riva 9, construtora com sede em Minas Gerais e controlada pela Direcional Engenharia (DIRR3), protocolou nesta quinta-feira seu pedido de registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
A Petrobras (PETR3; PETR4) afirma que iniciou a etapa de venda de seus negócios de distribuição e comercialização de combustíveis e lubrificantes na Colômbia. Segundo o fato relevante desta sexta-feira (6), a estatal brasileira explica que o projeto visa a venda de 100% de suas participações em subsidiárias no vizinho latino.
(Com Reuters, Investing.com, Agência Brasil e Bloomberg)