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Mercado tem mais uma semana para digerir pacote de gastos; veja o que esperar do Ibovespa (IBOV)

02 dez 2024, 7:28 - atualizado em 02 dez 2024, 7:28
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Nesta semana, começa a tramitação do pacote de contenção de gastos na Câmara dos Deputados e o mercado ficará de olho nas possíveis mudanças. (Imagem: REUTERS/ Carla Carniel)

Os investidores ainda estão digerindo o pacote de corte de gastos apresentado pelo ministro Fernando Haddad no final da semana passada.

A proposta apresentada não agradou ao mercado, fazendo a bolsa de valores brasileira voltar para os 125 mil pontos e o dólar disparar para acima dos R$ 6. Para o economista sênior da Julius Baer Brasil, Gabriel Fongaro, o governo Lula perdeu todas as oportunidades que teve de ancorar as expectativas com o mercado. “[O pacote de corte de gastos] era uma delas e era a crucial”, afirmou em entrevista ao Money Times.

Segundo ele, o pacote decepcionou tanto em relação à economia prevista quanto na qualidade das medidas. “O mercado não acredita nos R$ 70 bilhões de economia que o governo projetou para os próximos dois anos. Tem também uma decepção na qualidade, com menos medidas estruturais do que foi imaginado”.

O que também pegou todo mundo de surpresa foi o anúncio conjunto de que quem ganha até R$ 5 mil ficará isento de Imposto de Renda. Por isso, os investidores podem esperar mudanças nas projeções do Relatório Focus desta segunda-feira, que será o primeiro após o anúncio do pacote.

Nesta semana, começa a tramitação do pacote de contenção de gastos na Câmara dos Deputados e o mercado ficará de olho nas mudanças que serão propostas, e o quando isso pode impactar na economia dos cofres públicos. Em entrevista à Record News na sexta-feira (29), Haddad disse que espera que o texto apresentado passe por mudanças, embora a reunião que teve com a reunião na qual foram apresentas as medidas aos presidentes da Câmara e do Senado teve um “excelente resultado”.

Ele também adiantou que o governo pode adotar novas medidas de ajuste fiscal a curto prazo. “Se dali a dois, três meses, nós identificarmos riscos, trajetória, nós vamos ter que parar essa trajetória para verificar qual é, voltar para a mesa, ser feitos os ajustes que terão que ser feitos para manter essa trajetória”, disse.

No último pregão, o Ibovespa (IBOV) fechou estável, pressionado pela repercussão negativa do mercado com o pacote fiscal. Além disso, o dólar a vista fechou com alta de 0,17%, cotado a R$ 6,0012.

O índice, após uma tarde de oscilações, fechou em alta de 0,85%, a 125.667,83 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou uma perda de 2,46%, o pior desempenho semanal desde meados de setembro. Em novembro, apurou um declínio de 2,9%.

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O que esperar de Wall Street

Lá fora, a semana é de agenda cheia, especialmente nos Estados Unidos. É esperada uma bateria de dados de emprego, incluindo JOLTS, ADP e o payroll; além de Livro Bege e balança comercial.

Os números do mercado de trabalho vão ser acompanhados de perto pelo Federal Reserve, a autoridade monetária ter descartado pressa em cortas os juros americanos. Jerome Powell participa de evento na quarta-feira (4) e pode dar mais dicas sobre os próximos passos do Fed.

As bolas internacionais operam em alta, enquanto os futuros de Wall Street estão no negativo.

Morning Times: Confira os mercados na manhã desta segunda-feira (02)

Bolsas asiáticas

  • Tóquio/Nikkei: +0,80%
  • Hong Kong/Hang Seng: +0,65%
  • China/Xangai: +1,13%

Bolsas europeias (mercado aberto)

  • Londres/FTSE100: +0,03%
  • Frankfurt/DAX: +0,62%
  • Paris/CAC 40: -0,34%

Wall Street (mercado futuro)

  • Nasdaq: -0,20%
  • S&P 500: -0,19%
  • Dow Jones: -0,09%

Commodities

  • Petróleo/Brent: +1,02%, a US$ 72,50 o barril
  • Petróleo/WTI: +0,94%, a US$ 68,64 o barril
  • Minério de ferro: +1,26%, a US$ 110,86 a tonelada em Dalian

Criptomoedas

  • Bitcoin (BTC): -1,9%, a US$ 95.144
  • Ethereum (ETH): -2,6%, a US$ 3.599

Boa segunda-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!

Editora
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.