Opinião

Mercado se recupera com maior ânimo por Previdência; acordo EUA-China no radar

08 maio 2019, 18:31 - atualizado em 08 maio 2019, 18:31
Bolsa brasileira subiu após duas quedas seguidas

Por TradersClub

A bolsa brasileira subiu após duas quedas seguidas e chegou a ultrapassar os 96 mil pontos antes de fechar na faixa dos 95 mil pontos. O investidor operou com um olho na comissão especial da Câmara, que discute o mérito da reforma da Previdência, e outro nas manchetes em torno da disputa tarifária entre Estados Unidos e China.

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Por aqui, a expectativa de aprovação da reforma no Congresso neste ano prevalece após a iniciativa do governo de recriar ministérios, podendo abrigar partidos aliados, além do desenrolar relativamente tranquilo da sessão na comissão que ouve o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Guedes voltou a enfatizar a urgência de uma mudança nas regras de aposentadorias (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Grosso modo, Guedes voltou a enfatizar a urgência de uma mudança nas regras de aposentadorias e começou a responder perguntas de deputados. Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro disse acreditar que o governo já teria os 308 votos necessários para aprovar a reforma em plenário na Câmara. E o mercado sabe que a maior dificuldade será evitar que o texto seja desfigurado ao longo dos debates neste mês.

Ao fim do dia, o índice Bovespa fechou em alta de 1,28% a 95.596 pontos, maior avanço em duas semanas, enquanto o dólar futuro caía 1%, queda mais intensa desde 24 de abril, a R$3,936.

As ações da Petrobras tiveram alta de 3,87% após os resultados do primeiro trimestre, embaladas pela visão positiva sobre o avanço da reforma no Congresso e pela perspectiva de continuidade da redução do endividamento. A estatal registrou lucro líquido de R$4 bilhões, um recuo de 42% na base anual e abaixo do consenso compilado pela TC News.

Ações da Petrobras tiveram alta de 3,87% após os resultados do primeiro trimestre (Imagem: Divulgação)

A safra de balanços ganha tração com uma rodada de resultados de empresas ainda na noite desta quarta-feira e amanhã, com destaque para Vale depois do fechamento do mercado. Na ponta negativa, antes da publicação do balanço trimestral, os papéis da GPA se desvalorizaram em 7,43%, com a notícia publicada no jornal O Globo de que o grupo Casino pode anunciar nos próximos dias uma reestruturação para combinar seus ativos na América Latina.

Já os juros futuros caíam em bloco, com o contrato para janeiro de 2020 cedendo 2 pontos-base para 6,42% antes da decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, que sairá ainda nesta quarta-feira. A autoridade monetária deve manter a taxa de juros em 6,50% ao ano, sem fornecer uma sinalização clara dos próximos passos em meio ao cenário dúbio.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,01%, perto da estabilidade, interrompendo duas baixas consecutivas, em meio às incertezas sobre a guerra tarifária entre EUA e China. O índice S&P500 recuou 0,16%, enquanto investidores monitoram os próximos passos das negociações entre as potências, temendo um acirramento do conflito, que poderia prejudicar a saúde da economia global.

O presidente americano Donald Trump comunicou via Twitter que o vice-premiê chinês, Liu He, estará em Washington para “fazer um acordo” em conversas previstas para esta quinta-feira – um dia antes da ameaça dos EUA de elevar tarifas sobre US$200 bilhões em produtos chineses a partir de 10 de maio.

Presidente norte-americano comunicou que o vice-premiê chinês, Liu He, estará em Washington para “fazer um acordo”

O governo chinês respondeu dizendo que poderá retaliar os EUA em caso de incremento nas sobretaxas, no mesmo dia em que números da balança comercial chinesa mostraram exportações bem abaixo do esperado, fazendo o superávit cair de US$32,6 bilhões para US$13,8 bilhões; a expectativa era de um aumento.

Atentos aos últimos acontecimentos, estrategistas do Goldman Sachs calculam em 40% a probabilidade de que uma alta nas tarifas será evitada. Na visão deles, uma piora da tensão envolvendo as negociações não parece ser do interesse de ambas as partes.

Além deste imbróglio no radar, o investidor estará de olho, na quinta-feira, na balança comercial dos EUA e, por aqui, nos números de vendas do varejo em março.

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