Pessimismo no mercado: Fed tenta afastar temor de recessão; o que esperar do Ibovespa (IBOV)
Depois de um dia de terror no mercado, o Federal Reserve trabalha para afastar a ideia de que os Estados Unidos estão à beira de uma recessão.
Ontem, no final da tarde, Mary Daly, presidente do Fed de San Francisco, afirmou que é cedo para dizer se os números divulgados pelo payroll representam uma real queda do mercado de trabalho ou de apenas uma desaceleração gradual.
Daly ainda destacou que haverá mais dados econômicos para serem avaliados até a reunião de setembro, quando o banco central americano deve dar início ao seu afrouxamento monetário.
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Ainda ontem, mais cedo, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse que não parece haver uma recessão no caminho. Mas que, de qualquer forma, o Fed precisa ficar atento.
“Você só quer ser tão restritivo se achar que há medo de superaquecimento”, disse Goolsbee em uma entrevista à CNBC. “Esses dados, para mim, não parecem indicar superaquecimento”, completou.
As medidas parecem ter surtido certo efeito — além de o mercado ter entendido que pode ter exagerado um pouco na reação. Ontem, as bolsas no mundo inteiro caíram, sendo que o Índice Nikkei, de Tóquio, afundou mais de 12%.
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Hoje, os mercados já buscam uma recuperação. Tóquio, por exemplo, fechou com alta de mais de 10%%. Bolsas europeias operam no negativo com dados do varejo pesando, enquanto os futuros de Wall Street sobem.
O que esperar do Ibovespa
Por aqui, o iShares MSCI Brazil (EWZ), principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, chegou a subir 1% após o fechamento de segunda-feira, indicando que a bolsa brasileira também deve seguir um caminho de recuperação.
Mas os investidores estão de olho mesmo é na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve roubar a cena no mercado nacional. Na semana passada, o Banco Central anunciou a decisão da manutenção da taxa Selic no patamar de 10,50% ao ano.
Agora, o mercado busca sinais de quais serão os próximos passos da autoridade monetária: de uma eventual alta nos juros ou de uma manutenção mais longa.
Além disso, a temporada de balanço do segundo trimestre pega fogo esta semana. O destaque para hoje é o resultado do Itaú Unibanco (ITUB4) após o fechamento. Os números robustos devem se repetir, com lucro líquido de R$ 10,1 bilhões, segundo a Genial, alta de 15,4% no ano e 3,3% no trimestre.
Para a corretora, o banco terá incremento no ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 0,6 ponto percentual no trimestre e 1,6 ponto no ano, superando outros bancos privados como Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4).
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) cedeu à pressão externa com o aumento das incertezas sobre a economia dos Estados Unidos. O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,46%, aos 125.269,54 pontos.
O dólar à vista (USBRL), que renovou a máxima do ano a R$ 5,8656, terminou a sessão a R$ 5,7414 (+0,56%).
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta terça-feira (06)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: +10,23%
- Hong Kong/Hang Seng: -0,31%
- China/Xangai: +0,23%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: -0,35%
- Frankfurt/DAX: -0,08%
- Paris/CAC 40: -0,63%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: +0,41%
- S&P 500: +0,43%
- Dow Jones: +0,25%
Commodities
- Petróleo/Brent: +0,04%, a US$ 76,37 o barril
- Petróleo/WTI: +0,19%, a US$ 73,09 o barril
- Minério de ferro: -1,42%, a US$ 106,70 por tonelada, na Bolsa de Dalian
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): +5,04%, a US$ 55.157
- Ethereum (ETH): +6,16%, a US$ 2.458
Boa terça-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!