Mercado pode trocar Alckmin por Bolsonaro, avalia Roubini
A consultoria do economista Nouriel Roubini avalia que a dificuldade enfrentada pelo candidato Geraldo Alckmin (PSDB), visto como o preferido do mercado, para subir nas pesquisas, pode fazer com que os investidores passem a apoiar o líder nas pesquisas Jair Bolsonaro (PSL), revela um relatório publicado nesta quarta-feira (15) e obtido pelo Money Times.
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A última pesquisa produzida pelo Paraná Pesquisas mostrou uma evolução de Bolsonaro (23,9%), Alckmin (8,5%) e Fernando Haddad (3,8%), enquanto Marina Silva (13,2%), Ciro Gomes (10,2%) e Álvaro Dias (4,9%) perderam espaço ou ficaram estáveis. O tucano, porém, continua em quarto.
O economista sênior para América Latina Pedro Tuesta, que assina a análise, afirma que o resultado sugere que Alckmin tem uma montanha para escalar apenas sete semanas antes das eleições. “Nós estávamos cautelosos em relação ao otimismo do mercado quando a coalizão do Centrão apoiou Alckmin publicamente, e continuamos céticos em relação a suas chances”, pontua.
Além disso, a análise lembra que Lula poderá transferir o seu peso eleitoral para Haddad, superando o tucano e o alçando para um segundo turno. O PT foi adiante e registrou Lula hoje no TSE, que agora deverá julgar a validade da sua candidatura.
Ele chama a atenção ainda para o fato de que a percepção de que Alckmin está ligado ao atual governo (do qual a coalizão Centrão também é vista como parte) complica suas chances na corrida presidencial. Ou seja, será difícil para Alckmin superar a desconfiança do eleitorado em relação à atual administração e sua corrupção.
“Os mercados devem se preparar para ter uma série de notícias negativas e podemos ver uma mudança para apoiar Jair Bolsonaro, apesar das muitas dúvidas sobre seus pontos de vista de direita”, conclui Tuesta.