Mercado Livre (MELI34), rei da entrega rápida, vai sofrer com nova ‘FedEx brasileira’?
A potencial combinação de negócios entre Sequoia (SEQL3) e MOVE3, para criar uma gigante de entregas, deve beneficiar as varejistas. Entretanto, não deve amedrontar as operações brasileiras do Mercado Livre (MELI34), que reduziu a dependência dos Correios e parceiros nos últimos anos, dizem especialistas.
Segundo o CEO da Performa Partners, André Pimentel, conforme a fusão das companhias se aperfeiçoar, “vai facilitar bastante a vida de muito varejistas, principalmente das pequenas empresas”.
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“Estamos falando de uma operação tipicamente de logística, principalmente de last mile — muito característica das vendas por e-commerce. Então, quando você torna uma operação de grande escala mais eficiente, você beneficia os potenciais clientes com níveis de eficiência e satisfação maiores”, diz.
Com isso, caso a integração de Sequoia e MOVE3 seja bem sucedida e ofereça preços competitivos, a logística das concorrentes do Mercado Livre no Brasil deve melhorar. Isso poderia colocar em xeque o diferencial de entrega rápida da MELI.
No entanto, a empresa não deve ver um impacto negativo. Pimentel destaca que Mercado Livre tem uma “escala muito maior do que a potencial nova empresa”.
Além disso, o analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, ressalta o trabalho realizado pela empresa de melhoria de sua logística própria ao longo dos anos.
Já em 2022, o Mercado Livre criou uma logística independente e passou a ser responsável por 95% das entregas e produtos por sua própria conta.
Potencial da fusão entre Sequoia e MOVE3
Para Pimentel, da Performa Partners, o principal ganho da nova empresa vem da transferência da tecnologia da MOVE3 para a operação da Sequoia. Isso “gera eficiência, produtividade e melhora as operações”, diz.
Juntas, as duas empresas podem faturar R$ 2,4 bilhões, segundo estimativas.
A Sequoia quer se tornar líder no mercado privado de encomendas expressas e soluções logísticas no Brasil ao incorporar o MOVE3, disse o presidente do conselho da companhia, Eric Fonseca, em entrevista ao Money Times.
Segundo Fonseca, a nova companhia de entregas deve ficar atrás apenas dos Correios. “Estamos criando a FedEx brasileira”, enfatizou.
O presidente do conselho afirmou ainda que os ganhos da potencial fusão com a MOVE3 serão imediatos, com redução de galpões e automação. “Mais do que ampliar portfólios, a fusão melhora o que já existe”, disse.