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Mercado Livre (MELI): JP Morgan passa tesoura no preço-alvo sob peso do câmbio e custo de capital

08 jan 2025, 10:34 - atualizado em 08 jan 2025, 11:36
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JP Morgan corta preço-alvo do Mercado Livre e mantém a classificação neutra (Imagem: Reuters/Divulgação Mercado Livre)

O JP Morgan passou a tesoura no preço-alvo das ações do Mercado Livre (MELI), negociadas na Nasdaq, com um corte de US$ 2.150 para US$ 1.950, em meio a um ajuste de estimativas.

O banco norte-americano tem em vista as expectativas de câmbio mais baixas, especialmente no Brasil, uma forte campanha de Black Friday — também no Brasil –, e um custo de capital mais alto para a companhia.

A classificação foi mantida em neutra para o Mercado Livre, justificada por um potencial de alta limitado em relação à meta do banco, de 8%, e estimativas abaixo do consenso nas métricas para o final de 2025 e 2026.

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Para 2025 e 2026, o JP Morgan cortou as estimativas para o Ebit (lucro antes de juros e impostos) em -9% e -4% e o lucro por ação em -8% e -3%, respectivamente.

“Isso ocorre principalmente devido a uma redução de 11%/3% em nossas estimativas para o real brasileiro nesses anos, mas uma parte menor também se deve a ajustes em investimentos e despesas”, apontam os analistas.

Considerando 21 estimativas, no Ebit, as estimativas do JP Morgan estão 10% abaixo do consenso da Bloomberg para 2025 e 13% abaixo do consenso para 2026. Já em relação aos lucros, considerando 22 estimativas, o banco está -12% e -13% abaixo.

Por outro lado, o banco norte-americano tem projeção positiva para as receitas ao final de 2026, onde estão 6% acima do consenso, mas em linha para 2025. “Continuamos a ver a MELI como uma empresa muito forte e esperamos bons resultados a longo prazo.”

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O que esperar do 4T24 do Mercado Livre?

Para o JP Morgan, o Mercado Livre deve fechar o quarto trimestre de 2024 (4T24) comercialmente forte, embora com um Ebit fraco.

A força comercial deve vir especialmente no Brasil, com o GMV (volume bruto de mercadorias) expandindo 40% ano a ano em moeda local (real), impulsionado por uma bem-sucedida campanha de Black Friday.

Já o México deve manter um ritmo forte, com crescimento de 28% ano a ano (aproximadamente em linha com 27% no terceiro trimestre), enquanto a Argentina deve expandir 130% em peso argentino, mas contrair 7% em dólar, devido a um forte no quarto trimestre de 2023 (4T23).

O banco projeta um impacto nas margens Ebit devido a investimentos, contraindo 2,7 pontos percentuais ano a ano em relação aos níveis ajustados de 13% no quarto trimestre de 2023, atingindo 10,5%.

“Esperamos que o Ebit feche em US$ 618 milhões, um pouco abaixo do consenso de US$ 636 milhões (14 estimativas), enquanto os lucros devem chegar a US$ 360 milhões, também abaixo do consenso de US$ 413 milhões (15 estimativas)”.

O que está na balança para o Meli

Em sua tese, o JP Morgan aponta aspectos nos dois lados da balança para o Mercado Livre.

De um lado, os analistas avaliam que a empresa conta uma perspectiva de longo prazo muito promissora, com o e-commerce na América Latina ainda muito pouco penetrado, com potencial de aumento significativo das margens via crescimento da publicidade e uma sólida reivindicação a uma participação relevante no mercado de bancos de varejo na região, devido a suas vantagens em custos de aquisição de clientes e vantagem informacional,

Por outro lado, os analistas do banco ainda veem o Mercado Livre em uma fase de investimento e avaliam como improvável que alcance ou supere as estimativas de consenso, considerando o aumento de despesas com logística e a expansão do negócio de cartões de crédito, que possui uma margem estruturalmente mais baixa.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.