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Mercado Livre capta R$ 400 milhões com Goldman para Brasil

24 set 2020, 14:44 - atualizado em 24 set 2020, 14:44
Goldman Sachs
O Goldman promete outras transações similares na América Latina (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O Goldman Sachs Group Inc. vai emprestar R$ 400 milhões ao Mercado Pago, a fintech do Mercado Livre, reforçando uma aposta recente na segunda empresa mais valiosa da América Latina.

Os recursos servirão para ampliar a capacidade de concessão de linhas de capital de giro a pequenos negócios e empreendedores no Brasil, de acordo com Martin de los Santos, vice-presidente sênior do Mercado Crédito, que cuida das operações de empréstimo.

A transação é similar ao empréstimo de US$ 125 milhões que o Goldman concedeu à empresa em dezembro para ampliar a oferta de crédito no México.

“Nós observamos uma demanda maior por crédito em meio à pandemia, com os bancos reduzindo a oferta aos segmentos que servimos”, disse Santos, em entrevista. “Esse empréstimo vai ajudar a financiar o forte crescimento que estamos vendo pelo próximo ano ao menos.”

Enquanto as empresas de menor porte foram fortemente impactadas pela quarentena, o Mercado Livre tem prosperado.

As ações da companhia, negociadas em Nova York, acumulam alta de 82% no ano e as receitas foram impulsionadas à medida que os pequenos negócios migraram para o canal online em busca de sobrevivência.

O Mercado Livre oferece soluções de crédito desde 2016 e já concedeu mais de US$ 1 bilhão em linhas de crédito de capital de giro na América Latina. O portfólio de crédito a empresas no Brasil atualmente está em US$ 105 milhões.

Além de crédito a pequenas e médias empresas, a companhia também está em conversas com bancos para financiamento à expansão de crédito ao consumidor, segundo Santos. “Há muito interesse e estamos discutindo com bancos internacionais e locais.”

O Goldman promete outras transações similares na América Latina. “O nível de diálogo permanece elevado em meio ao Covid e nós esperamos executar outros diversos financiamentos na região no curto prazo”, disse Santiago Rubin, diretor-gerente do Goldman Sachs, responsável para área de tecnologia, mídia e telecomunicações da América Latina.