Agropecuária

Mercado lento do boi gordo reduz preço da reposição para invernistas e confinadores

13 abr 2020, 14:57 - atualizado em 13 abr 2020, 14:57
Boi Carnes
Boi se movimenta entre incerteza e volatilidade, com consumo interno lento e exportações pouco melhores (Imagem: JBS/Imprensa)

As escalas de abate dos frigoríficos ganharam mais um dia na semana passada e a reposição de boiada caiu um pouco de preço. Mais ou menos assim começou a semana do boi em São Paulo, mesmo que haja diferenças entre regiões.

Quando as programações das indústrias andam e o valor do boi magro e do bezerro reduz são sintomas de mercado lento. Menos dinheiro chega ao produtor invernista, consequentemente compra menos animais para engordar ou recriar.

No Pontal do Paranapanema, Gesner Fontana Júnior, confirma essa situação, com o bezerro entre R$ 1,8 e R$ 1,9 mil – caindo da média de R$ 2 a R$ 2,1 mil -, enquanto observa as ofertas de balcão dos frigoríficos das regiões de Presidente Prudente e Bauru em R$ 195,00 para o boi gordo.

Para a Agrifatto, as escalas foram para 6,5 dias úteis. A consultoria notou o boi comum transitando entre R$ 190,00 e R$ 195,00, sendo bem possível que a segunda (13) se mantenha, uma vez que o dia normalmente é de poucos negócios.

Em Barretos, com o peso de frigoríficos exportadores, Juca Alves viu negócios no Minerva a R$ 205,00 no boi China e boi comum a R$ 195,00, igual no Pontal. “Mas o mercado está de ‘ladão”, avalia o produtor, esperando alguma movimentação mais conclusiva a partir de terça.

Goiás

E no Vale do Araguaia, Goiás, o cenário de estabilidade, quase indefinição, bate num boi comum a R$ 170,00 e no padrão chinês a R$ 185,00, segundo o produtor Marcelo Marcondes. Mas tem pouco compradores, inclusive com unidades pequenas paradas.

“Algumas escalas estão para dia 22 de abril, entre as quais a do JBJ”, complementa Marcondes.

Tiago Bernardino de Carvalho, professor da Unesp e analista do Cepea/Esalqe, aponta as incertezas e a volatilidade que seguem marcando o setor, com o mercado interno pouco propenso a aquecimento ante a criticidade de manutenção do emprego e renda – além da tradicional mais fraca segunda quinzena do mês – e alguma estabilidade ou algum reforço no animal exportação para China.

Há que se considerar, ainda, que a entressafra começa a chegar, e mesmo que os pastos ainda mantenham massa verde para mais tempo, os frigoríficos começarão a fazer alguma pressão.

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