Economia

Mercado já projeta frango mais caro com carne bovina em nível recorde

01 dez 2019, 11:23 - atualizado em 01 dez 2019, 12:30
Criação de aves em Lapa (PR)
Os consumidores estão substituindo a proteína bovina pela de frango (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)

Os produtores avícolas esperam que os preços do frango comecem a subir como consequência da alta dos valores da carne bovina, aponta um levantamento da Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

A arroba do boi gordo já subiu em torno de 40% em novembro, enquanto a carne já é vendida com até 80% a mais nos supermercados.

O movimento acontece como reflexo do crescimento das compras da China, que enfrenta uma redução da oferta interna de carne advinda da peste suína africana.

Com isso, as exportações de carne bovina in natura do Brasil atingiram máxima histórica para um único mês em outubro, com embarques de 160,1 mil toneladas. O animal vivo também começa a faltar.

Os preços do farelo de soja têm pressionado as margens dos avicultores (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Troca

A disparada dos preços da carne movida já tem motivada um efeito de substituição de proteína bovina para de frango por parte dos consumidores.

Pela ótica do produtor, a notícia é muito positivo. Isto porque os preços do frango estavam em queda e os principais insumos do setor, como milho e farelo de soja, estavam em alta. Já são sete meses consecutivos de redução do poder de compra frente ao farelo e três m relação ao milho.

“Nesse cenário, novembro registra o momento mais desfavorável ao avicultor – tanto frente ao derivado da oleaginosa quanto frente ao cereal – desde fevereiro de 2019”, destaca o Cepea em um boletim.

Os preços do frango caíram em novembro para o menor nível desde março (Imagem: Money Times)

Parte dos agentes consultados espera que o avicultor recupere, aos poucos, o poder de compra nos próximos meses, fundamentados em um possível movimento de alta dos preços da carne de frango no mercado atacadista e, consequentemente, do animal vivo.

“Neste caso, os patamares recordes das cotações das principais carnes concorrentes, bovina e suína, podem motivar um aquecimento na demanda pela proteína de frango, que tem preço mais competitivo”, conclui.

De outubro para novembro (até o dia 28), o frango vivo negociado na Grande São Paulo se desvalorizou 1,7%, para a média de R$ 3,21/kg neste mês, a menor desde março/19, em termos nominais. Segundo colaboradores do Cepea, o movimento de baixa está atrelado à maior oferta de animais prontos para abate em algumas localidades.

(Com Cepea)

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