Mercado já precificou aumento de impostos aos bancos, risco no longo prazo
Desde o início da pandemia de Covid-19, o mercado já monitorava o possível aumento da Contribuição Social sobre Lucro Liquido (CSLL) aos bancos, medida concretizada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (1°).
A cobrança maior às instituições financeiras reflete a compensação do governo federal por zerar as alíquotas do PIS/Cofins incidentes sobre a comercialização e a importação do óleo diesel, por dois meses, e do gás de cozinha, sem um prazo definido.
“O aumento de 5% na CSLL traz impactos moderados nos lucros das instituições financeiras e apenas no curto prazo. O problema maior é o aumento dos riscos de interferência política no setor, vide as recorrentes imposições de teto sobre taxas de juros em linhas de crédito“, alerta o analista Matheus Amaral, do Inter Research.
O analista explica que o aumento nos impostos sobre o valuation dos bancos já estava embutido nas avaliações do Inter, e que ainda assim as ações encontram-se descontadas, com boa oportunidade de entrada.
Na mesma pegada, a XP Investimentos avalia como exagerada a queda dos papéis do setor bancário na véspera (2), uma vez que o impacto “é limitado para 2021”.
A corretora reitera recomendação de compra para Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) e neutra para Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander (SANB11).
Veja a seguir as recomendações do Inter Research para o setor bancário:
Empresa | Ticker | Recomendação | Preço-alvo (R$) | Valorização (%) |
---|---|---|---|---|
Itaú Unibanco | ITUB4 | Compra | 33,5 | 35 |
Bradesco | BBDC4 | Compra | 34 | 53 |
Santander | SANB11 | Neutra | 47 | 27 |
Banco do Brasil | BBAS3 | Neutra | 40 | 44 |