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Mercado está cauteloso com Raízen (RAIZ4), mas BofA vê potencial de alta de mais de 50% para a ação

07 abr 2022, 16:34 - atualizado em 07 abr 2022, 16:34
Raízen
Mesmo com o aumento generalizado dos preços das commodities, o mercado está cauteloso com o rendimento da cana de açúcar e tem penalizado as ações da Raízen (Imagem: Facebook/Raízen)

Os investidores não estão botando fé na Raízen (RAIZ4), na opinião do Bank of America (BofA). Desde a realização da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), as ações da companhia têm registrado uma performance aproximadamente 25% abaixo do desempenho dos pares no setor de açúcar e etanol e de 3% em relação ao Ibovespa.

Mesmo com o aumento generalizado dos preços das commodities, o mercado está cauteloso com o rendimento da cana de açúcar e com o cenário de custos, avalia o banco norte-americano.

“O consenso revisou para baixo as estimativas de Ebitda para o curto prazo em torno de 15% para incluir essas duas variáveis, mas acreditamos que a ação reflete um cenário persistentemente desafiador”, comentam os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares, em relatório divulgado nesta quinta-feira (7).

Na opinião do BofA, o mercado adotou uma visão “muito conservadora” para a Raízen. Simonato e Palhares destacam que a companhia tem investido para melhorar o rendimento de cana, enquanto os custos têm sido pressionados por uma diluição limitada.

Além disso, o negócio de distribuição de combustíveis está passando por mudanças estruturais, e o panorama para E2G (segunda geração de etanol) é melhor.

“Acreditamos que o risco-retorno da ação pende para o upside (potencial de alta)”, dizem os analistas.

O BofA tem recomendação de compra para o nome, com preço-alvo de R$ 11, o que implica um potencial de valorização de 54,2% em relação ao último fechamento.

Melhor cenário

O BofA traçou dois cenários distintos para a Raízen, um mais otimista e outro mais pessimista.

No cenário mais otimista, os analistas veem potencial de upside de 125%, assumindo que:

  • a moagem de cana alcance 102 milhões de toneladas de capacidade em dez anos (97% de utilização);
  • os prêmios de açúcar e etanol sobre os preços de mercado sejam sustentados perto dos níveis de pico;
  • as margens brutas em distribuição de combustíveis no Brasil cheguem a R$ 200/m³ em três anos, similar à Argentina;
  • o capex (investimentos) de açúcar e etanol volte a níveis históricos; e
  • o valor presente líquido de projetos E2G e de biogás alcance 100%.

Pior cenário

No cenário mais pessimista, o BofA projeta uma queda de aproximadamente 40% nas ações, considerando:

  • a moagem de cana estável em 80 milhões de toneladas, sem melhora no rendimento após uma safra ruim;
  • os preços realizados de açúcar em linha com a cotação da commodity e o prêmio de 15% para o etanol, menor nível em quatro anos;
  • valor zero para projetos E2G e de biogás e zero retorno sobre R$ 3 bilhões de capex implantados para erguer duas plantas já em processo de construção;
  • capex de açúcar e etanol sustentado a níveis de pico de agora em diante, com R$ 60/tonelada de cana; e
  • nenhum ganho de participação de mercado, enquanto as margens em distribuição de combustíveis permanecem estáveis sob termos nominais.

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