Mercado espera desaceleração na criação de vagas nos EUA com foco em desemprego permanente
A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em setembro já que a recuperação diante do tombo da Covid-19 perdeu ímpeto em meio à redução do auxílio fiscal do governo e a uma pandemia implacável, deixando muitos em risco de ficarem permanentemente desempregados.
No último relatório mensal de emprego antes da eleição presidencial de 3 de novembro, o Departamento do Trabalho informou nesta sexta-feira a criação de 661 mil postos de trabalho no mês passado após 1,489 milhão em agosto.
Economistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 850 mil vagas de trabalho em setembro.
A criação de vagas atingiu o pico em junho, com um recorde de 4,781 milhões de postos de trabalho.
A taxa de desemprego caiu a 7,9% em setembro de 8,4% em agosto. Embora a taxa venha recuando ante a máxima de 14,7% em abril, ela tem sido influenciada pelas pessoas que classificam a si mesmas de forma errada como “empregadas mas ausentes do trabalho”.
Os números desta sexta-feira certamente se tornarão uma grande questão política na corrida pela Casa Branca, na qual o impacto econômico da pandemia tem predominado.
O presidente republicano Donald Trump provavelmente verá o quinto mês consecutivo de aumento de empregos como um sinal de progresso para uma economia que mergulhou em recessão em fevereiro.
Mas a abertura de vagas em setembro foi a menor desde que a recuperação do emprego começou em maio e deixa o mercado de trabalho ainda distante de recuperar os 22,2 milhões de postos perdidos em março e abril, indicando crescimento mais lento para o quarto trimestre.
O ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden, indicado pelo Partido Democrata, atribui a turbulência econômica à abordagem da Casa Branca diante da pandemia, que já matou mais de 200 mil pessoas e infectou mais de 7 milhões no país.
Trump informou nesta sexta-feira que ele e sua esposa Melania testaram positivo para a Covid-19.
“A recuperação continua, mas em um ritmo mais lento em parte porque o estímulo do governo diminuiu significativamente”, disse Sung Won Sohn, professor de finanças e economia da Loyola Marymount University. “Estamos vendo mais reduções de pessoal e falências e, até que o próximo governo chegue com mais apoio, não ficaria surpreso em ver um novo declínio no emprego ao final do ano.
(Atualizada às 09h54)