Mercado de reposição da boiada tenta driblar avanço dos grãos com animais melhorados
No estado que concentra o maior rebanho de boi brasileiro, também ser o maior produtor de grãos acaba sendo um problema adicional para os pecuaristas especializados na reposição das boiadas mato-grossenses.
É preciso driblar a falta de pastos, cada vez mais espremido pelo avanço da agricultura, ofertando animais bons que convertam peso mais rapidamente, e, também, contando com os grandes confinadores de boi China, que eliminem os custos das rações com o animal mais valorizado lá na ponta.
No meio desse caminho, mais fêmeas são descartadas para abate e estão ficando fora do mercado os pequenos e médios confinadores, depois de dois anos ininterruptos de aumento com as despesas com milho e soja.
O cenário é mais comum no Meio-Norte e Norte do Mato Grosso, mas se estende igualmente para outras regiões.
Assim que gente desse mercado – que atende recriadores e invernistas com bezerros, garrotes, novilhas e matrizes -, como Carlos Eduardo Dias, está trabalhando neste início de 2022.
A safra dele vai a leilão anual, em realização da Estância Bahia, dia 17 de abril, e já tem somados 6 mil animais que serão ofertados, 3 mil bezerros e garrotes, 1 mil bezerras e 2 mil vacas prenhes.
Não chega a ser desanimadora e expectativa do remate, dado que a Marca 40 é conhecida e fidelizada na região estendida de Alta Floresta, mas o empresário admite que há um estado de atenção maior que nos outros anos.
Dias adiciona algumas incertezas que a macroeconomia pode sentir em ano de eleição e com a nova geografia política que pode nascer da invasão da Ucrânia.
A questão dos insumos mais caros são fava contadas novamente este ano.
Mesmo que haja uma boa segunda safra de milho, já se contabiliza altas pela Ucrânia, em competição com o trigo, bem como a oferta brasileira de soja fica em cerca de 16 a 17 milhões de toneladas menores que a anterior.
Nas condições de preços de hoje, de acordo com o produtor da Marca 40, o mercado médio da @ na reposição no MT está mais ou menos assim: bezerro macho de R$ 310 a R$ 315, novilha prenhe em torno de R$ 305, vaca R$ 295 a R$ 300, à vista ou com 15 dias para pagar.
“E tem pouca oferta de macho”, avalia Carlos Eduardo Dias.