Mercado de R$ 10 trilhões: A nova aposta da B3 (B3SA3) para lucrar com renda fixa
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Há anos a B3 (B3SA3) trabalha para diversificar suas receitas e se consolidar como um centro de dados e um operador que está em todas as frentes na negociação de ativos. É uma maneira de se tornar menos dependente do vai e vem da renda variável, que vive um momento complicado (a bolsa, por exemplo, irá para o quarto ano sem nenhum IPO, que, ao que todo indica, continuará nesse ano).
Além dos tradicionais títulos de renda fixa, como CDBs e LCAs, a B3 se prepara para entrar nas duplicatas, que nada mais são que promessas de pagamento feito pelo comprador ao vendedor de um produto ou serviço.
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A operação é utilizada por empresas que têm mais necessidade e intensidade de caixa e é uma forma de antecipar pagamentos para uma cadeia produtiva descasada com o tempo de recebimento. Desde 2024, o Banco Central aprovou normas para dar mais transparência e celeridade à emissão desses títulos, diante da alta taxa de fraudes. E nessa mudança, entra a B3.
“Estamos com um foco muito grande, um time grande, porque o mercado de crédito é um mercado que precisa de atenção, de modelo operacional no bolso. Quando se olha para o mundo de dívida, o mundo financeiro, é um ambiente muito mais controlado, uma ambiência limitada, com muito espaço de pagamento, seus eventos, sua liquidação, e a default é baixa”, diz Humberto Costa, diretor de produtos da B3, em conversa com jornalistas nesta quarta-feira em São Paulo.
De acordo com o executivo, é um mercado com potencial de R$ 10 trilhões com a possibilidade de se tornar o maior produto em renda fixa da B3.
“Ainda não estão sendo feitas estimativas. O que foi feito é direcionar investimentos para ocupar todas essas etapas e ver o que o mercado vai aceitar melhor, onde tem a melhor oportunidade para prover serviços para essa esteira de crédito funcional”.
B3: Mercado competitivo
Apesar do potencial, é provável que a B3 não opere nesse mercado sozinha. Segundo Costa, são pelo menos sete signatárias postuladas a passar pelo processo do Banco Central. Apesar disso, a própria instituição já mencionou algumas vezes que não vê espaço para tantos agentes nesse mercado.
“Particularmente, também não acredito, pois se trata de um sistema complexo, com uma jornada longa e desafiadora. Muitos entraram para observar seu funcionamento, mas acredito que haverá alguma consolidação. Ainda assim, é um mercado extremamente competitivo, diferente de outros mercados em que começamos sem competição e a competição veio depois”, completa.