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Mercado de petróleo deve ter déficit de 2 milhões de barris por dia em julho

24 jun 2020, 13:58 - atualizado em 24 jun 2020, 13:58
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A Opep+ deve aumentar a produção em 2 milhões de bpd em agosto (Imagem: REUTERS/Christian Hartmann)

O mercado de petróleo deve ter déficit em julho, com o uso de estoques alcançando cerca de 2 milhões de barris por dia à medida que a economia global se recupera após quarentenas impostas devido ao coronavírus, disse à Reuters o presidente da trading de energia Mercuria em evento online nesta quarta-feira.

Durante o pico dos “lockdowns”, em abril, o presidente da Mercuria, Marco Dunand, estimou que a demanda por petróleo cairia entre 20 milhões de bpd e 22 milhões de bpd, o equivalente a mais de 20% da demanda global, embora analistas projetassem impacto de até 30 milhões de bpd.

Nos piores momentos, negociantes de petróleo lutavam para encontrar lugares para estocar cerca de 1 milhão de barris de petróleo e derivados devido à falta de demanda e aos baixos preços.

Mas, apesar dos temores sobre um possível esgotamento da capacidade de armazenamento, a Mercuria, uma das principais tradings de petróleo, não encheu completamente seus tanques.

Dunand disse que houve um aumento de 800 milhões de barris de petróleo no montante mantido em estoques na comparação com o ano passado, o que inclui 200 milhões de barris em reservas governamentais.

O executivo da Mercuria disse esperar que a demanda atinja cerca de 95% do nível anterior à crise do coronavírus ao final de 2020.

“Se a Opep+ mantiver seus atuais cortes de produção, nós poderemos estar reduzindo 3 milhões de bpd em agosto e setembro”, disse ele, em referência às restrições de oferta decorrente de um pacto entre Opep e Rússia e outros países.

Dunand disse não esperar que os preços do petróleo caiam abaixo de 40 dólares em 2021, mas afirmou que o mercado está vulnerável a uma segunda onda de medidas de isolamento e às discussões mensais da Opep+ sobre cortes de oferta.

A Opep+ deve aumentar a produção em 2 milhões de bpd em agosto.

“A demanda por gasolina se recuperou bem rápido. Claro, ainda há bolsões como o Brasil, partes dos Estados Unidos e Índia, onde a demanda não se recuperou totalmente. A demanda industrial e por diesel está ficando para trás (em termos de retomada)”, acrescentou ele, destacando que pacotes de estímulos pelo mundo podem impactar a demanda futura.