Mercado de dívida de títulos verdes terá novos elegíveis do agronegócio
Num cenário pós crise global ocasionada pelo coronavírus, quando as companhias e os mercados financeiros estiverem deixando de tocar somente as emergências e se voltarem para ações estratégicas de prazos mais largos, a economia de baixo carbono estará nessa fila.
Estimativas apontam que o mundo dispõe de cerca de US$ 40 trilhões para investimentos nos chamados mercados financeiros verdes. Ou seja, emissões exclusivas para o mercado de capitais.
A Climate Bonds Initiative (CBI), organização com sede em Londres, certificadora do mercado de dívida estruturado em emissões dessa natureza, aposta no Brasil em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), debêntures e outros títulos.
A CBI, segundo Thatyanne Gasparotto, coordenadora para a América Latina, já tem no portfólio emissões de US$ 3,226 bilhões em nome da Klabin (KLBN11), Celulose Irani (RANI3;RANI4), Fibria (hoje Suzano) e Suzano (SUZB3). As papeleiras sempre estiverem na frente desse mercado, inclusive em projetos de crédito de carbono.
No mundo, foram emitidos três títulos agroflorestais, valendo em torno de US$ 730 milhões.
“Além do agroflorestal, o setor de bioenergia é um forte candidato em estruturar emissões no mercado de dívida”, diz a executiva.
Agora, a certificadora está recolhendo sugestões em consultas públicas. Para a head da América Latina da CBI, a partir do segundo semestre o espectro de opções de CRAs e debêntures verdes, entre outros, deverá ser maior, a partir de elegibilidade de novos ativos e projetos.
A consulta Agriculture Criteria irá até dia 31 deste mês e é “para todos os players do mercado, emissores, investidores, governos, verificadores, intermediários e outros”.