Mercados

Mercado de capitais: O fator que vai fazer o jogo ser ganho no longo prazo, segundo o secretário da Fazenda

20 ago 2024, 16:11 - atualizado em 20 ago 2024, 16:11
mercado de capitais
“A gente não vai virar o jogo de crescimento a longo prazo no Brasil se a gente não melhorar a produtividade da economia”, disse. (Imagem: Divulgação)

O mercado de capitais brasileiro vive um momento de seca de IPOs (ofertas públicas iniciais de ações). O último ocorreu em 2021, ano em que a B3 registrou 46 ofertas. O secretário de reformas econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, recorda que em meados dos anos 2000, o mercado de IPOs no Brasil estava “no fundo do poço”, no entanto, ele aponta que o mercado se transformou, fruto de reformas microeconômicas.

Durante o Macro Day, evento promovido pelo BTG Pactual, o secretário destacou a ampla discussão de pautas macroeconômicas no Brasil, mas chamou atenção para o que apresenta como um mantra: “O macro é condição necessária para a gente crescer de forma sustentável, mas não é condição suficiente”.

Neste sentido, o secretário destacou a relevância das pautas microeconômicas para o crescimento do mercado de capitais. “A gente precisa ter responsabilidade fiscal, a nossa inflação precisa estar na meta, mas a gente não vai virar o jogo de crescimento a longo prazo no Brasil se a gente não melhorar a produtividade da economia“.

Ele pondera que a produtividade brasileira está relativamente estacionada desde o começo da década de 90 e, sem contar com o agronegócio, é provável que tenha, inclusive, caído nesses anos.

“Para crescer de forma sustentável, sem gerar inflação, sem forçar o Banco Central a subir os juros, a gente precisa desentupir uma série de canos que temos na nossa economia”. Marcos defendeu investimentos nas reformas microeconômicas, tendo em vista que o impacto no macro é muito grande no longo prazo.

Quando se pensa em produtividade, Marcos Pinto afirma que um dos principais problemas do Brasil hoje é o custo de capital. Neste sentido, o secretário afirmou ainda que ninguém está confortável com o nível da taxa básica de juros (Selic), mas o país observa uma melhora no spread bancário em meio a reformas microeconômicas implementadas pelo governo.

Marcos destacou que o spread, que consiste na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e a taxa final cobrada dos clientes, caiu 3,4 pontos percentuais em 12 meses até junho. Segundo ele, ainda é possível baixar o spread, atualmente em 18,3 pontos percentuais, com foco na redução da inadimplência e no corte do custo administrativo dos bancos, que “ainda é muito alto”.

Presidente da CVM é otimista com mercado de capitais

Ao lado de Marcos Pinto no painel do Macro Day, João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), concluiu o painel com uma mensagem de otimismo para o mercado de capitais.

“Os anos de 2022, 23 e 24 foram desafiadores no mundo inteiro. No Brasil, eu diria para vocês que o que observamos foi muito mais suave do que o observado ao redor do mundo”.

Ele comenta que países de referência, como a Itália, França e Espanha, nesse período houve uma quantidade muito expressiva de fechamentos de capital, o que não ocorreu no Brasil na mesma proporção.

“Neste mesmo período, a CVM concedeu muitos registros e há uma quantidade muito grande de companhias abertas que estão se preparando para uma janela de oportunidade e para um contexto macroeconômico favorável para fazerem ofertas públicas”.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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