Mercado de capitais capta volume recorde de R$ 484,2 bilhões até agosto; renda fixa é responsável por quase 80% do total
O mercado de capitais já captou R$ 484,2 bilhões de janeiro a agosto de 2024, superando o valor captado durante o ano todo de 2023, que foi de R$ 467,3 bilhões. Entre os diferentes setores, a renda fixa se destaca com 78,6% da captação no período, segundo levantamento feito pela Anbima.
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“As condições favoráveis do mercado de capitais, a liquidez no mercado secundário e a evolução contínua da regulação têm permitido os sucessivos recordes neste ano, mesmo com potenciais volatilidades à frente”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.
Entre os destaques, a instituição avalia que as debêntures seguem como o ativo de maior representatividade do segmento, com um acumulado no ano de R$ 283,9 bilhões, o que representa 58,6% das emissões. Só em agosto, elas captaram R$ 27,1 bilhões, com destaque para as debêntures incentivadas, que atraíram R$ 4,6 bilhões, mesmo após uma alta recorde em junho.
A gerente institucional da Bloxs, Sophia Annicchino, avalia que o salto expressivo no volume de captações via debêntures, nos últimos tempos, se deve principalmente pelo fato de que o mercado de capitais se tornou mais maduro e está se desenvolvendo como uma fonte atrativa para as empresas.
“Elas são uma alternativa de acesso a recursos”, diz a executiva. “As empresas buscam uma menor dependência na fonte única e exclusivamente advinda dos bancos”.
Inclusive, segundo os dados apurados, os fundos de investimentos aumentaram sua parcela nestes papeis, atingindo 56,9% do total, enquanto os intermediários do mercado — instituições e empresas — diminuíram sua exposição às debêntures.
Já entre os instrumentos de securitização, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) chegaram captar R$ 1,6 bilhão, enquanto os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) atingiram R$ 4,2 bilhões, em agosto.