Mercados

Mercado de ações dos EUA não teme recessão, já precificada

29 jul 2022, 15:03 - atualizado em 29 jul 2022, 15:03
Mercados
Os operadores de renda variável praticamente já precificaram uma recessão nos EUA após um primeiro semestre péssimo. Com isso, os dados do PIB de quinta-feira não foram uma surpresa (Imagem: Reuters/Andrew Kelly)

O mercado de ações americano se depara com um cenário em que “más notícias são boas notícias”.

O PIB dos EUA encolheu no segundo trimestre, depois de uma contração também no primeiro trimestre. Dois trimestres consecutivos de queda constituem a definição técnica de uma recessão, embora a definição do mundo real seja mais sofisticada. Além disso, o consumo pessoal se desacelerou no segundo trimestre.

E é claro que, depois dos dados negativos, as ações subiram na quinta-feira, com alta de 1,2% do S&P 500 e 0,9% do Nasdaq 100. Como explicar isso?

A resposta tem tudo a ver com o que o Federal Reserve está planejando fazer com as taxas de juros daqui para frente.

Os operadores de renda variável praticamente já precificaram uma recessão nos EUA após um primeiro semestre péssimo. Com isso, os dados do PIB de quinta-feira não foram uma surpresa.

Em vez disso, oferecem mais sinais de uma eventual desaceleração no ritmo rápido de aumentos de juros do Fed para esfriar a inflação mais alta em 40 anos.

Embora correções de mercado de 15% a 20% sejam comuns fora de uma recessão, o declínio de 23,4%, do pico ao piso, do S&P 500 este ano, combinado com uma curva de juros invertida, garante em grande parte que uma recessão econômica é iminente, de acordo com os estrategistas de renda variável da Bloomberg Intelligence, Gina Martin Adams e Michael Casper.

“Uma recessão de lucros já está a caminho, e nosso modelo de valor justo sugere que os preços das ações estavam a meros 2% de precificar uma recessão econômica comum quando atingiram uma mínima em junho”, disseram os estrategistas em nota. “Embora as recessões de lucro nem sempre coincidam com recessões econômicas, os principais indicadores do mercado de trabalho estão enfraquecendo consideravelmente, e é a profundidade do primeiro, e não o momento do segundo, que deve importar mais para as ações.”

Desde 1929, o S&P 500, em média, atingiu mínimas 9,4 meses após o início das recessões e 4,3 meses antes do fim das recessões. Portanto, se uma recessão já começou, provavelmente terminará em novembro de 2022, de acordo com Martin Adams e Casper.

O modelo de valor justo da BI sugere que uma recessão modesta pode ter sido precificada após a liquidação do mercado de ações este ano. Isso significa que uma recuperação de preços pode surgir com uma mínima de lucros no segundo semestre de 2022.

?Money Times é Top 9 em Investimentos!?

Obrigado pelo seu voto! Graças a você, o Money Times está entre as 9 maiores iniciativas brasileiras no Universo Digital em Investimentos. Se você conta com o conteúdo do site para cuidar bem do seu dinheiro, continue votando e ajude o Money Times a se tornar o melhor portal de notícias de investimentos do Brasil. Contamos com o seu apoio. CLIQUE AQUI E VOTE!