Mercado de ações da Nigéria sofre e perde traders
Os corretores de ações estão fora de moda na Nigéria.
Nenhuma empresa se registrou como corretora na bolsa de valores do país da África Ocidental em 2019, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários da Nigéria. A situação se compara às 19 corretoras credenciadas em 2006, antes que o caos do setor bancário e a crise financeira global levassem à queda das ações domésticas, que haviam atingido máximas históricas.
É também a primeira vez que isso acontece em 19 anos.
“Muitos corretores estão achando muito difícil ganhar a vida”, disse Temi Popoola, presidente da divisão nigeriana da Renaissance Capital, em entrevista por telefone de Lagos. “A receita obtida pelas corretoras tem uma forte correlação com o volume de negócios.”
No ano passado, o volume de negociações com ações do índice de referência da Nigéria caiu para o nível mais baixo desde pelo menos 2009, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os investidores também têm menos ações para escolher: o número de IPOs está no menor nível em 15 anos, já que a economia ainda tenta se recuperar de uma queda dos preços do petróleo.
A melhora deste começo de ano – que registrou um aumento dos volumes médios de negociação e uma recuperação do mercado de ações em linha com o rali global – terá vida curta, disse Wale Olusi, chefe de pesquisa da United Capital. Além disso, não basta impedir que os corretores fechem as portas, disse.
A Nigéria não está sozinha. Macquarie Group, Arqaam Capital, Deutsche Bank e Credit Suisse reduziram operações ou fecharam alguns negócios na África do Sul, onde a atividade de trading também é baixa.
O número de listagens em Joanesburgo é o mais baixo em 16 anos, já que as duas maiores economias da África enfrentam obstáculos para impulsionar o crescimento.