Mercado “curte” geração de caixa da Petrobras acima das estimativas no 1º trimestre
A geração de caixa da Petrobras (PETR3; PETR4) superou todas as expectativas, com baixos custos de extração do pré-sal impulsionando os resultados da unidade de Exploração & Produção (E&P) em um primeiro trimestre desafiador, destacaram analistas, após a companhia divulgar na noite da véspera um prejuízo histórico de 48,5 bilhões de reais no período.
“Saudáveis realizações e baixos custos de extração guiaram a performance superior, enquanto menores custos de gás natural liquefeito explicam o resultado gás e energia”, disse o Morgan Stanley (MS) em relatório.
A instituição ainda lembrou que a baixa contábil bilionária em ativos após revisão para baixo dos preços do petróleo, que resultou no prejuízo, “é difícil de ignorar, ainda que os ajustes tenham sido feitos em campos maduros do pós-sal”.
O Morgan Stanley pontuou que a empresa está em situação de liquidez mais confortável na comparação com outros períodos de baixa do preço do petróleo no passado.
O Credit Suisse também lembrou que o Ebitda da estatal superou o consenso e próprias estimativas do banco “por grande margem”, acrescentando que os resultados operacionais geraram “substancial” geração de caixa.
O BTG Pactual (BPAC11) disse que a empresa entregou outro resultado trimestral de “alta qualidade”, com o Ebitda de 37 bilhões de reais “acima da nossa expectativa e do consenso”, apesar de uma queda de 13% no valor do petróleo e preços de derivados 7% menores em reais.
O JPMorgan também destacou o “lado operacional”, ressaltando que a unidade de E&P reportou números “muito sólidos impulsionados por melhora do preço de realização associados a custos menores”.
“Os custos de extração do pré-sal alcançaram incríveis 4,52 dólares por barril de óleo equivalente no trimestre”, disse o J.P Morgan, destacando que o que importa é o “forte fluxo de caixa livre e performance de E&P”.
A diretor financeira e de relações com investidores da Petrobras, Andrea Almeida, lembrou em mensagem divulgada pela assessoria de imprensa que a companhia tem tomado medidas para garantir “saúde financeira durante a crise”.
“Fizemos ajuste da produção, revisão de investimentos, postergação do pagamento de dividendos, renegociação de grandes contratos e também redução e postergação de gastos operacionais”, comentou.
Ela disse ainda que a crise mostrou a importância da estratégia da Petrobras, de focar em ativos de classe mundial, como o pré-sal.