Mercado critica equipe de transição econômica, mas jogada política de Lula recebe elogio
O mercado financeiro não gostou da equipe de transição econômica anunciada ontem (8) pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. Porém, no front político, a estratégia de Luiz Inácio Lula da Silva de dar “uma no cravo e outra na ferradura” foi elogiada.
Ao escolher dois economistas ortodoxos – no caso, alguns dos pais do Plano Real que manifestaram apoio ao petista, André Lara e Pérsio Arida – e dois heterodoxos – o ex-ministro Nelson Barbosa e o assessor econômico da campanha do PT Guilherme Mello – Lula foi “muito inteligente” e um “gênio na política”.
Lulinha é muito inteligente: dois economistas ortodoxos e dois heterodoxos. Por qual caminho Lulinha vai? Por aquele que ele decidir. Tá bom, mas qual será o caminho escolhido? O que Lulinha considerar ser o melhor. Por ora, ele agrada todo mundo. É um gênio da política
— Alberto Carlos Almeida (@albertocalmeida) November 8, 2022
Para o cientista político, que também é diretor do Instituto Brasilis e autor de diversos livros sobre eleições, a escolha dos quatro nomes foi aprovada pelo futuro presidente. “A palavra final é do Lula. Nesse sentido, foram escolhidos por ele”, explica Alberto Carlos Almeida.
Mercado critica equipe econômica
Contudo, aos olhos dos investidores, a estratégia mantém indefinida o rumo da política econômica do próximo governo, o que desagrada ao mercado. Ainda assim, por ser uma equipe de transição, que tem de ser técnica para apurar a situação real da economia, não há tanta problema, em termos de diagnóstico.
“O problema seria uma equipe tão heterogênea guiar a economia efetivamente, quando são mais relevantes os tratamentos”, ressaltou em comentário o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. Ainda assim, ele avalia que seria mais bem recebido uma sinalização de pensamentos mais alinhados já na equipe de transição.
Nesse sentido, enquanto Barbosa já atuou na área econômica nos governos Lula e Dilma; Mello é o nome mais ligado ao pensamento do PT. Já os famosos pais do Plano Real possuem visões divergentes sobre a economia.
Resende, mais recentemente tem defendido práticas mais heterodoxas, apoiando aumento de gastos. “Arida, economista ligado ao PSDB, possui um viés bem mais liberal que os outros nomes, e seria o mais bem recebido pelo mercado”, resumiu o economista da Guide Investimentos, Victor Guglielmi, em relatório diário.
Seja como for, Alckmin reforçou ontem que a equipe de transição não tem relação direta com os ministérios do governo. “Além disso, explicou que os partidos que integrarão a equipe também irão sugerir nomes, que serão divulgados à medida que forem incorporados”, lembrou o analista-chefe da Ajax Asset, Rafael Passos, em comentário.
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