Mercado compra ideia de Simone Tebet no Planejamento; entenda
Luiz Inácio Lula da Silva está quebrando a cabeça para encaixar Simone Tebet no novo governo. Mas parece que eles chegaram a um acordo: a senadora pode assumir o Ministério do Planejamento.
Embora o nome não fosse nem cotado para o cargo, o mercado se surpreendeu positivamente.
“Simone Tebet foi aconselhada durante a campanha presidencial pela economista Elena Landau, que de fato pensa muito diferente de Fernando Haddad, o que contribuiria para a chamada ‘pluralidade ideológica’ no governo”, destaca Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimento.
A ideia é que ela sirva de contraponto em relação à Haddad no Ministério da Fazenda. O nome também sinaliza para uma sustentabilidade fiscal do novo governo, uma vez que Tebet é uma política experiente, com sabedoria na execução e trâmites do Congresso.
A princípio, Lula queria que o cargo fosse ocupado por algum economista, como André Lara Resende ou Persio Arida. No entanto, ambos recusaram a proposta.
Lula e Tebet devem se encontrar nesta terça-feira (27) para definir melhor alguns pontos do cargo. A divulgação dos nomes dos últimos ministros foi adiada para amanhã.
Elogios de Haddad
Apesar das visões diferentes, Haddad chegou a elogiar Tebet, afirmando que ela tem o perfil adequado para assumir o Planejamento.
“É uma política muito qualificada, pessoa que sabe trabalhar em equipe. Uma pessoa que estava concorrendo à Presidência, tem muita respeitabilidade. Não vejo nenhuma dificuldade em relação a isso. Pelo contrário. É uma pessoa que somou durante a campanha”, disse.
Se dependesse do futuro ministro, a pasta seria ocupada por outros nomes, como os de ex-governadores que sanearam as contas em seus estados, mas afirmou que não tem restrições para o nome.
Por outro lado, o nome de Tebet é defendido por Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que insistiu que Lula indicasse mais mulheres para postos importantes no governo.
Planejamento “turbinado”
Para assumir o Planejamento, Tebet quer que a pasta seja turbinada.
O plano é que o ministério fique responsável pelos bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, e também pelo Plano de Parceira Público Privada (PPI).
A princípio, isso ficaria com a Fazenda e Casa Civil, respectivamente. No entanto, o Planejamento deve ficar só com PPI.
“Seria um cargo que, inicialmente, ela não queria, seu nome não era desejado pelo Ministro da Fazenda e o ministério era preterido pelo partido da senadora, mas parece que será a solução encontrada para contemplar a forte aliança de segundo turno”, afirma Etóre.