Mercado brasileiro vive uma “curiosa demanda por otimismo”, diz Gustavo Franco
Os investidores brasileiros estão tão cansados das notícias ruins sobre a economia, política e acerca da pandemia que há uma demanda por otimismo, avalia o economista Gustavo Franco em uma carta da gestora Rio Bravo enviada à clientes e obtida pelo Money Times.
“Há certo princípio de otimismo na economia, sobretudo no mercado de capitais, a partir da tese pela qual a escassez de imunizantes seria ultrapassada no decorrer do segundo semestre de 2021. Nessa hipótese, as perspectivas para 2022 seriam boas”, opina o ex-presidente do Banco Central.
Ele aponta alguns pontos que pesam sobre o mercado de capitais: a perspectiva de uma terceira onda do coronavírus; o avanço muito lento da vacinação no Brasil; e a CPI da Covid.
“Entretanto, o esgotamento aparente das pressões inflacionárias, inclusive em virtude da medicação ministrada pelo Banco Central, o vento a favor que vem dos EUA e o timing da própria pandemia parecem favorecer o governo em seu último ano”, lembra Franco.
“A fadiga talvez seja a melhor explicação para essa curiosa demanda por otimismo”, conclui.