Eleições 2022

Mercado aposta em ‘3º turno’? Saiba como contestação afetaria o Ibovespa

28 out 2022, 17:19 - atualizado em 28 out 2022, 17:20
Ibovespa
Peso do fator externo parece ser ainda maior do que as eleições, diz analista. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Agentes do mercado estão um pouco céticos em relação a um potencial “terceiro turno” das eleições para a presidência da República – como analistas passaram a chamar uma eventual contestação do resultado.

Desde o fim do primeiro turno, as pesquisas eleitorais têm sinalizado uma disputa mais acirrada do que o inicialmente esperado entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).

Com isso, a incerteza toma conta do Ibovespa, que caminha para fechar o último pregão antes do segundo turno no domingo (30) em queda – acumulando desvalorização de mais de 4% na semana.

Vai ter contestação?

A ideia de que Bolsonaro pode contestar os resultados das urnas caso Lula seja eleito foi reiterada, com recuos, ao longo do pleito.

A tese voltou com a campanha de Bolsonaro acusando, sem provas, irregularidades na veiculação das inserções de rádio.

A denúncia foi rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o candidato que tenta a reeleição disse que irá até as “últimas consequências, dentro da Constituição”, contra as supostas irregularidades.

Camila Abdelmalack, economista-chefe na Veedha Investimentos, ressalta que, apesar da queda acumulada na semana, caso o mercado entendesse como probabilidade maior de contestação da vitória do Lula, a Bolsa estaria “caindo muito mais”.

“Hoje, a aposta majoritária não é de contestação”, reforça, apesar de não descartar o cenário.

Felipe Simões, economista e diretor da WIT Asset, avalia que existem chances maiores de contestação caso a diferença entre Lula e Bolsonaro no segundo turno se mostre pequena.

“Se [a diferença] for pequena, Bolsonaro e equipe vão fazer algo mais decisivo em relação a reverter [o resultado]”, comenta o especialista.

Reação do Ibovespa

Em caso de vitória de Lula com contestação, os agentes do mercado ouvidos pelo Money Times acreditam que a reação do Ibovespa será negativa. O cenário de incerteza se estenderia, destacam.

“O mercado vai reagir mal com contestação porque não gosta de incerteza, ainda mais incerteza política”, explica Abdelmalack.

Para o economista da WIT Asset, o cenário em que Lula é eleito e existe contestação por parte de Bolsonaro é o pior para a Bolsa brasileira.

Esse cenário assustaria os investidores estrangeiros, que tirariam dinheiro do mercado até entender o que irá acontecer mais pela frente, acrescenta Simões.

Sergio Gaspar, CEO da Autem Investimentos, destaca que grande parte do mercado de ações brasileiro é composta por gringos, que “estão atribuindo a vitória do Lula, independentemente da contestação”.

Gaspar ressalta que, apesar das poucas chances de privatização de empresas dentro de um eventual governo Lula, as ações brasileiras, no geral, “continuam fortes e estão baratas” – o que dá espaço para a tese de que o Ibovespa teria espaço para subir, diz.

O especialista lembra, no entanto, que o movimento atual do mercado também reflete a situação econômica global, com investidores de olho nos próximos passos do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed).

O peso do fator externo parece ser ainda maior do que as eleições, avalia. “O que o mercado está esperando é mais o aperto econômico nos EUA do que a eleição”, afirma.

Matéria elaborada e escrita por Diana Cheng e Kaype Abreu

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