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Mercado ainda terá de precificar alta da Selic em 2018, diz Roubini

30 out 2017, 18:14 - atualizado em 05 nov 2017, 13:52

A consultoria de Nouriel Roubini revisitou as projeções para o juro básico brasileiro. Para o fim deste ano, a Roubini Global Economics prevê taxa Selic em 7% ao ano (ante 7,50% previstos anteriormente), em linha com o consenso de mercado. Para 2018, no entanto, manteve a aposta de uma subida de 0,50 ponto percentual, para 7,50% ao ano, contrariando as expectativas.

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“O mercado ainda terá de precificar uma alta no juro em 2018 e permanece, em nossa visão, muito otimista sobre o crescimento econômico”, diz relatório desta segunda-feira (30) assinado pelo economista Pedro Tuesta. A estimativa da RGE para a expansão do PIB neste ano melhorou de 0,3% para 0,6%, mas permanece abaixo da mediana dos analistas (0,7%).

Para Tuesta, o atual descolamento entre economia e política e o declínio significativo nos preços de alimentos justificam a continuidade de queda da Selic. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária cortou o juro básico em 0,75 ponto percentual, de 8,25% para 7,50% ao ano.

Por outro lado, o economista nota riscos, sobretudo no cenário político. Na visão dele, a aprovação de uma versão desidratada da reforma da Previdência poderia ser ainda pior do que nenhuma reforma, pois minguaria o apelo para o próximo governo rever o sistema de aposentadorias. 

“O principal risco para nossas projeções seria uma reação excessiva do mercado a um fracasso do Congresso em aprovar a tão urgente reforma da Previdência, somada a uma correção forte nos preços de energia (frente à seca atual nos reservatórios de hidrelétricas)”, opina.

Isso culminaria em pressão para cima na Selic e revisão para baixo no crescimento do PIB. E, naturalmente, em uma eventual vitória da versão integral da reforma da Previdência, Tuesta cortaria ainda mais a estimativa para a Selic e elevaria o entusiasmo para o PIB.