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Mercadante critica TLP e diz que juros do BNDES têm que ser “mais competitivos”

06 fev 2023, 13:37 - atualizado em 06 fev 2023, 13:37
BNDES, Aloizio Mercadante
Segundo Mercadante, é preciso uma revisão, “em parceria com o Congresso Nacional”, da Taxa de Longo Prazo do BNDES, a TLP (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira que, apesar de não querer que o banco de fomento concorra com bancos privados, a instituição precisa ter juros mais competitivos para empresas menores.

“Não queremos padrão de subsídios como no passado, mas uma taxa de juros mais competitiva para micro, pequenas e médias empresas”, disse Mercadante, durante posse como novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em cerimônia que contou com presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Segundo Mercadante, é preciso uma revisão, “em parceria com o Congresso Nacional”, da Taxa de Longo Prazo do BNDES, a TLP.

Na avaliação dele, a TLP “apresenta enorme volatilidade e representa um custo financeiro acima do custo da dívida pública federal, o que penaliza de forma desnecessária as micro, pequenas e médias empresas”.

Mercadante também afirmou que sua equipe está desenvolvendo projeto para a constituição de um “Eximbank no BNDES” para apoiar operações de pré-embarque e o pós-embarque de exportações brasileiras.

O ritmo de devolução de recursos do BNDES ao Tesouro foi outro ponto criticado por Mercadante.

Segundo ele, o banco devolveu mais de 678 bilhões de reais ao Tesouro desde 2015, incluindo dividendos.

Esse valor, afirmou, é 54% maior que as transferências do Tesouro para o BNDES entre 2008 e 2014.

“Essa página precisa ser virada.”

“Se quisermos ter futuro, precisaremos de um BNDES mais presente e atuante, e de uma relação de equilíbrio com o Tesouro Nacional”, disse o novo presidente do banco.

Mercadante defendeu participação do BNDES no investimento em infraestrutura do país, como forma de apoio ao recursos aplicados pelo setor privado.

Defendendo uma reindustrialização do país por meio de foco em descarbonização e reciclagem e pesquisa aplicada, Mercadante disse que a participação da indústria nos desembolsos do BNDES caiu para 16% em 2021 ante 56% em 2006.

“Vamos colocar a indústria no topo das ações estratégicas do BNDES”, disse ele, sem dar detalhes.

Na frente de novas tecnologias, Mercadante disse que o BNDES vai gerir os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) “para implantar a inclusão digital nas escolas públicas do Brasil”, uma meta que vem sendo repetida ao longo dos últimos anos por vários governos.

O novo presidente do BNDES afirmou ainda que o banco vai criar uma Comissão de Estudos Estratégicos, que será coordenada pelo economista André Lara Resende e que terá objetivo de debater com especialistas políticas de desenvolvimento para o Brasil.