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Méliuz tem espaço para crescer e virar líder em seu segmento

14 dez 2020, 16:36 - atualizado em 14 dez 2020, 20:15
Méliuz CASH3
Em 2019, a Méliuz lançou um cartão de crédito em parceria com o Banco Pan, o ajudou a melhorar a monetização da companhia (Imagem: LinkedIn/ Méliuz)

O BTG Pactual (BPAC11) iniciou a cobertura das ações da Méliuz (CASH3), que fez sua estreia na B3 (B3SA3) no início de novembro, com recomendação de compra e preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 18. Além de ser a primeira plataforma de cashback no Brasil, a companhia conta com uma forte cultura e um time de administração com olhar apurado para o empreendedorismo, o que a coloca em uma boa posição para liderar a indústria de marketing de afiliados.

O BTG destacou que a Méliuz dedicou a maior parte do tempo conectando seus usuários ativos (ao fim do terceiro trimestre deste ano, a companhia somava 3,6 milhões de pessoas) com parceiros (varejistas, marketplaces e negócios de viagem). Com as vendas no e-commerce ainda pouco exploradas no Brasil, os analistas do banco acreditam que o principal segmento da Méliuz tem muito espaço para crescer nos próximos anos, principalmente com a recente aceleração dos canais digitais, forçada pela pandemia de Covid-19.

“No marketplace, [a Méliuz] vê potencial para lançar produtos com tickets menores, porém, de maior recorrência, como gift cards e recargas de celular. Ela também enxerga uma oportunidade de oferecer produtos financeiros (cartão de crédito, seguros, investimentos etc.) por meio do modelo de parcerias e melhorar sua conta para uma carteira digital”, comentaram Eduardo Rosman, Thomas Peredo e Luiz Guanais, responsáveis pelo relatório divulgado pelo BTG ontem.

Em 2019, a Méliuz lançou um cartão de crédito em parceria com o Banco Pan (BPAN4), no qual oferecia cashback com base no volume mensal de pagamentos e nas compras no e-commerce. O BTG comentou que isso ajudou a melhorar a monetização da Méliuz. E não só isso, pois o cartão de crédito também tornou a plataforma ainda mais completa.

A Méliuz também fechou parcerias nos segmentos de crédito e de seguros com Porto Seguro (PSSA3), Creditas, Tokio Marine, entre outras empresas.

Ótimo alvo

O BTG Pactual acredita que o principal fator que pode atrapalhar a performance da Méliuz é o aumento da competição no setor financeiro (Imagem: Facebook/Méliuz)

Na opinião dos analistas, a Méliuz é um ótimo alvo para operações de fusões e aquisições, além de um excelente recurso para um banco digital como o Nubank ou para uma companhia de pagamentos interessada em comprar uma empresa.

Mesmo que esse não seja o caso, o BTG também vê a Méliuz caminhando bem sozinha.

“A Méliuz oferece um bom potencial de valorização, com grandes oportunidades pela frente, movida por uma equipe de administração empreendedora e um negócio bem desenvolvido e com alto valor estratégico”, defenderam Rosman, Peredo e Guanais.

De risco, o BTG acredita que o principal fator que pode atrapalhar a performance da Méliuz é o aumento da competição no setor financeiro. Novas companhias estão chegando com uma gama maior de produtos, o que pode pressionar as margens da Méliuz.