O Méliuz (CASH3) quer se tornar a Strategy brasileira? Executivos da empresa revelam motivos da nova estratégia com bitcoin (BTC)

O Méliuz (CASH3) anunciou nesta quinta-feira (6) a alocação de 10% do seu caixa em bitcoin (BTC), no valor de US$ 4,1 milhões. E os investidores parece que gostaram do que viram: as ações da empresa de cashback saltam quase 30% no pregão de hoje.
No documento que detalha a nova estratégia da companhia de cashback, o Méliuz afirma que se inspirou na estratégia da Strategy (ex-Microstrategy), que hoje é a maior empresa com BTC em caixa do planeta.
“Hoje, a nossa estratégia não chega nem perto do que faz a Strategy, mas a gente vai estudar como daria para ampliar de maneira viável esse novo investimento”, diz Israel Salmen, presidente do Conselho de Administração e fundador do Meliuz.
Em entrevista ao Money Times, Salmen explica que a empresa vem estudando o mercado de criptomoedas há pelo menos um ano.
Ainda que a tomada de decisão tenha acontecido em um momento oportuno — no ano passado, a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos e o recorde do bitcoin foram alguns dos eventos que fizeram os investidores voltarem seus olhos para o mercado de criptomoedas —, o executivo afirma que não foram elas que motivaram a execução do plano.
“Estamos investindo em bitcoin não para fins especulativos, mas porque a gente realmente acredita na tese da moeda. A gente não vai ser trader, vai ser acumulador”, comenta Marcio Loures Penna, diretor de relações com os investidores no Méliuz.
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O caixa do Meliuz (CASH3) e o investimento em bitcoin (BTC)
Apesar do anúncio ser positivo, o mercado de criptomoedas vem passando por uma alta volatilidade nos últimos meses, o que lançou dúvidas nos investidores se apostar em ativos digitais agora é uma boa ideia.
Os executivos explicam que o Méliuz aplicou apenas 10% do caixa de cerca de US$ 40 milhões (R$ 240 milhões, segundo o balanço mais recente) em bitcoin, enquanto 90% está investido em ativos tradicionais, como o CDI, que rende cerca de 15% ao ano atualmente.
No entanto, apesar do otimismo, o fundador do Méliuz afirma que a empresa deve conduzir estudos sobre as reservas de bitcoin pelos próximos 45 dias — e já contratou um grupo de trabalho para isso.
Quando perguntado se, passados os 45 dias, o Méliuz poderia vender essa parcela de bitcoin, Salmen é taxativo. “Acho que não vamos vender, não. Esses 10% já é algo que está consolidado aqui para nós, mesmo que olhando para frente seja difícil dizer diferente.”
A empresa não confirmou quem seriam os parceiros oficialmente por ser uma companhia de capital aberto e que precisa cumprir uma série de requisitos legais. Porém, alguns nomes já se tornaram públicos.
Diego Kolling, fundador e CEO da NodeRunners Brasil, foi escolhido como Head de estratégia com bitcoin do Méliuz, enquanto Roberta Antunes, ex-chief of growth da Hashdex e atual CEO da Endless, e Guilherme Bandeira, um dos nomes conhecidos dos investidores e respeitado no meio cripto, devem auxiliar a companhia.
O que faz o Méliuz (CASH3)?
A empresa é conhecida por seu programa de cashback, mas cada vez mais tem se transformado em uma plataforma de tecnologia.
Inclusive, desde a aquisição da Alter, uma startup de negociação de criptomoedas e outros ativos digitais, em 2021, o Méliuz já oferece uma opção de cashback em criptomoedas.
Desde a abertura de capital em novembro de 2020, as ações do CASH3 tiveram um salto de mais de 2.000%. A publicação do balanço referente ao quarto trimestre de 2024 deve acontecer na próxima terça-feira (11).
Confira os resultados do 3T24:
- Receita Líquida: R$ 90,3 milhões, apresentando um crescimento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior e um aumento de 3% em relação ao trimestre imediatamente anterior;
- Ebitda consolidado: R$ 7,4 milhões, crescimento de 922% em relação ao mesmo período de 2023 e de 111% em comparação ao trimestre imediatamente anterior;
- Lucro Líquido:R$ 8,8 milhões, crescimento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado e aumento de 114% em relação ao trimestre anterior.