Méliuz (CASH3) dispara mais de 13% mesmo após reportar prejuízo no segundo trimestre
As ações da Méliuz (CASH3) disparam mais de 13% nesta sexta-feira (9) e figuram entre as maiores altas da B3.
O forte desempenho dos papéis acontece a despeito do resultado trimestral negativo da companhia, divulgado ontem (8) depois do fechamento dos mercados.
A companhia de cashback reportou prejuízo consolidado de R$ 60,8 milhões no segundo trimestre, ante o prejuízo de R$ 6,3 milhões do mesmo período do ano passado.
No critério ajustado, houve lucro líquido consolidado de R$ 22 milhões entre abril e junho, ante o prejuízo ajustado de R$ 6,9 milhões registrado um ano antes.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi negativo em R$ 63,8 milhões — aprofundado o prejuízo do ano passado, que ficou negativo em R$ 8,7 milhões.
A receita líquida consolidada foi de R$ 87,6 milhões, com alta de 21% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
Segundo a Méliuz, a estrutura de custos e de despesas se manteve enxuta no período.
Entre os destaques positivos da companhia estão as operações Shopping Brasil, Promobit e Melhor Plano.
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Méliuz: o que explica a forte alta?
Mesmo com o resultado negativo, o BTG Pactual destaca que a Méliuz mostrou mais um trimestre de melhoria nas margens.
“Com Ebitda ajustado de R$ 21 milhões no primeiro semestre e a parte mais forte do ano que ainda está por vir — devido a sazonalidade do comércio eletrônico —, fica claro que a empresa superará sua meta de Ebitda de 30 milhões neste ano”, diz o relatório do BTG.
Os analistas também afirmam que ficaram “impressionados com a rápida recuperação da empresa”.
O banco ainda destaca que, com as margens em níveis normalizados, a expansão dos lucros dependerá cada vez mais da recuperação do crescimento do GMV (volume bruto de mercadorias — que é um indicador para vendas nos canais digitais) — e da recuperação contínua das receitas com a parceria com a BV.
Já para a XP, os resultados do segundo trimestre não são um gatilho para as ações. “Vemos a empresa evoluindo na frente operacional. No entanto, reafirmamos nossa recomendação neutra”, escrevem os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre.
Tem mais um motivo, segundo o BTG
Além da melhora nas margens, a alta é puxada pela aprovação de redução de capital.
A companhia anunciou a aprovação da redução de capital no valor de R$ 220 milhões. Com a operação, anunciada em junho, a Méliuz vai depositar o valor de R$ 2,52713563580 por ação na conta dos acionistas.
Com base no preço de fechamento de ontem (08), isso deve representar um rendimento de 44,8%.
Os acionistas que tiverem ações no dia 2 de setembro, a data base, terão direito ao valor.
As ações passam a ser negociadas “ex-direito” em 3 de setembro. O pagamento será realizado em 13 de setembro.
O BTG afirma que, com o mercado de comércio eletrônico ainda em pressão e mais concorrência no mercado de cashback, é difícil imaginar o retorno ao ritmo de crescimento do passado.
“Mas nesta avaliação, a empresa não precisa crescer muito para gerar valor ao acionista”, afirmam os analistas do banco.