Melhora fiscal por meio da inflação é falácia e governo controlou gastos, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira que avaliações de que o aumento de inflação ajudou a resolver o problema fiscal são falácias de economistas mal preparados, ressaltando que a melhora no quadro das contas públicas foi motivada pelo controle de despesas.
Após apresentação do resultado primário do governo central em 2021, um déficit de 35,073 bilhões de reais, Guedes reconheceu que a inflação veio acima do esperado, mas disse que não foi ela que solucionou a questão fiscal.
“É falácia que foi usada por economistas mal preparados dizendo que foi a inflação que resolveu”, disse. “Houve muitas dúvidas, muitas críticas, acusações de populismo fiscal, previsões equivocadas, e o que temos ao fim do ano é um resultado extraordinário”.
O ministro afirmou que o Brasil removeu os estímulos fiscais e monetários durante o que chamou de “recuperação em V” para, segundo ele, permitir que a inflação tenha um pouso suave neste ano.
Guedes voltou a dizer que bancos centrais do mundo estão “dormindo ao volante”, enfatizando que quanto mais hesitante for a política monetária, mais difícil será o combate à inflação.
Sem dar detalhes, o ministro disse ainda que o Senado deve reavaliar a medida que cria o Bônus de Inclusão Produtivo, voltado à qualificação de jovens. Apresentada pelo governo ano passado, a medida foi rejeitada no Senado.
O ministro também disse que o governo deve renovar programas de crédito voltados a microempresários, citando especificamente o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Fundo Garantidor para Investimentos (FGI).