Meirelles num possível governo Lula? “Quem viver verá”, responde ao MT
Henrique Meirelles recebeu as boas-vindas do mercado financeiro ao apoio anunciado nesta semana ao candidato Lula, líder nas principais pesquisas eleitorais. Indagado se estará novamente em um governo petista, caso vitorioso, o ex-presidente do Banco Central faz mistério: “Quem viver, verá”, disse em entrevista exclusiva ao Money Times.
Durante a conversa, Meirelles afirmou que não toma decisões por hipóteses. “Isso é perda de tempo e de foco”, avalia. Por isso, segue com suas funções à frente da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
Segundo ele, o gesto de apoio à candidatura do ex-presidente da República deve-se à experiência positiva do que foi feito no governo Lula de 2003 a 2010. À época, Meirelles presidiu o Banco Central e enfrentou um cenário tão desafiador quanto o atual.
Recordar é viver
Quando assumiu o poder, o petista afirmava que havia recebido uma “herança maldita” do então presidente Fernando Henrique Cardoso. “Independente dos nomes, o problema era fiscal, difícil e delicado, apesar do Plano Real. E havia uma expectativa negativa sobre a vitória de Lula”, recorda Meirelles.
Ele lembra que houve uma forte saída de capital externo, o que pressionou o dólar, desvalorizando o real. “Havia, portanto, uma crise externa, com as obrigações no exterior, não necessariamente vencidas, mas a vencer, maiores que as reservas internacionais”, completa.
Ao longo dos oitos anos de governo, a situação das reservas internacionais mudou radicalmente, alcançando quase US$ 300 bilhões, de apenas US$ 15 bilhões inicialmente. “Então, aquele problema que tinha em 2002-2003 não tem hoje, pois as reservas que construímos estão aí e não houve nenhuma ação de gastá-las, o que é bom”, defende.
Risco fiscal
Segundo ele, o problema do Brasil agora é outro. “É fiscal, é uma volta atrás, algo mais parecido com o que se viu em 2014-2015”, observa Meirelles, referindo-se ao período que antecedeu a ida dele ao Ministério da Fazenda.
Meirelles lembra que quando estava no BC, as políticas monetária e fiscal andavam juntas. “Existiu uma parceria na época, com a política monetária e fiscal caminhando na mesma direção. Quando se tem, como hoje, a política monetária caminhando para um lado, e a fiscal para outro, não funciona”, conclui.
Assista à entrevista completa concedida por Henrique Meirelles ao Money Times.
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