Meio que sem querer, citricultura de SP está melhor ambientalmente; produz mais com menos
Pode não ter sido um movimento propositadamente a favor do meio ambiente, mas a citricultura paulista hoje exibe menos área plantada e produz muito mais.
Mais ou menos como tentam fazer na bovinocultura – e a cultura já foi responsável pelo encolhimento das pastagens em São Paulo -, a tecnologia trouxe produtividade aos laranjais e, indiretamente, os pomares deram lugar a outras coisas e aumento das reservas florestais nas propriedades.
A tecnologia foi a resposta encontrada para reduzir a área e customizar os anos de crise do setor, com os problemas fitossanitários e a queda do consumo mundial de sucos de laranja.
Nos dados da Fundecitrus, apresentados pela CitrusBR, a entidade setorial das produtoras de suco de laranja, de 1988 à safra atual, o maior polo brasileiro da lavoura perdeu 172 mil hectares, e chegou à marca de 459 mil/ha (376 mil/ha em produção).
A produtividade saltou 210% no período, para 42,64 toneladas de laranja por hectare.
Dados do Fundecitrus, cruzados com informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do IBGE, mostram que na safra 2019/2020 as propriedades com citrus somavam 181.750 hectares de mata nativa.
O que demonstra, para o diretor-executivo da entidade de classe, Ibiapaba Neto, que “a citricultura paulista hoje possui um modelo sustentável que permite conciliar a proteção ao meio ambiente com a produção em alta escala que permite o Brasil responder por 31% da produção mundial de laranja , 58% da produção mundial de suco de laranja e 74% do comércio internacional de suco de laranja”.