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McDonald’s e Magazine Luiza vão ao Cade contra Brink’s, Protege e Prosegur por cartel

23 ago 2019, 18:57 - atualizado em 26 ago 2019, 14:37
Não é a primeira ação movida contra a Prosegur, que já foi condenada por cartelização do mercado espanhol (Imagem: Reprodução/Facebook Prosegur)

As empresas de transporte de valores Prosegur e Brink’s foram questionadas por seus clientes Arcos Dourados, dona do McDonald’s no Brasil, e Magazine Luiza (MGLU3) de cartel. A partir de análises de operação submetidas para a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), foram encontrados indícios de que as duas multinacionais e a brasileira Protege têm usado seus 80% de share de mercado para direcionar preços e impedir concorrentes menores de competir.

A Arcos Dourados, por meio de documentos enviados ao Cade, disse que o serviço é “altamente consolidado em três grandes prestadores (Brink’s, Protege, Prosegur) onde, ainda dentro da cidade de São Paulo, parece que existe uma postura de non-compete entre eles ao evitarem oferecer precificação para uma loja atualmente atendida pelo seu concorrente”.

“São encontradas algumas dificuldades junto ao processo de trocas de fornecedores, principalmente no que diz respeito ao envio de propostas razoáveis e atendimento aos pontos demandados”, afirmou o Magazine Luiza, em resposta ao órgão.

Não é a primeira ação do gênero movida contra a Prosegur, que já foi condenada por cartelização do mercado espanhol.

Mercado

De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as duas empresas não são as únicas na prática do cartel.

“O mercado vem presenciando uma série de concentrações nos últimos anos”, comentou a entidade. “Os três grandes grupos, líderes do mercado, capitaneiam essa tendência de concentração, e o Cade, como demonstrado inclusive por este expediente, não está alheio a eventuais consequências dessa tendência”.

A TecBan também fez um questionamento formal ao Cade contra as três empresas pra avaliar a compra da Transvip pela Prosegur. A empresa especializada na gestão de máquinas de atendimento automático relatou que, em julho de 2017, recebeu notificações similares e quase simultâneas da Prosegur e da Protege, solicitando reajustes injustificados e abusivos, adicionais à atualização de preços de seus contratos de fornecimento.

“É preocupante a mera substituição de um player com o perfil competitivo da Rodoban por um player com o perfil da Brink’s”, comentou Christiane Alkmin, conselheira do Cade (Imagem: Reprodução/ Facebook Brinks)

Segundo a manifestação entregue ao órgão, a Prosegur, que sozinha detém quase 50% do mercado brasileiro, está tentando adquirir a Transvip, que é forte na região Sudeste do Brasil. Da mesma forma, a Brink’s comprou a Rodoban, empresa com hegemonia no Estado de Minas Gerais.

“É preocupante a mera substituição de um player com o perfil competitivo da Rodoban por um player com o perfil da Brink’s, que pode estar fazendo parte de uma conduta coordenada com a Prosegur e com a Protege”, comentou Christiane Alkmin, conselheira do Cade.

“Somente uma racionalidade colusiva justificaria uma postura claramente não-competitiva”, complementou o advogado José Del Chiaro, na representação ao Cade.

Resposta da Prosegur

Em nota enviada ao Money Times, a Prosegur diz não ser verdadeira a informação de que a Arcos Dourados e a Magazine Luiza foram ao Cade questionar sobre a possível cartelização.

De acordo com a empresa de transporte de valores, está em andamento no Cade uma consulta formal para aprovar a aquisição da Transvip. Como manda o procedimento, foram consultados clientes e concorrentes do setor.

“Especificamente neste caso, foram consultados cerca de 40 clientes e 14 concorrentes para embasamento da análise técnica do Cade, entre eles a Arcos Dourados e o Magazine Luiza. Essas empresas, portanto, foram ouvidas pelo como prática corriqueira do órgão”, explicou a Prosegur.

A empresa ressaltou que as regras estão sendo respeitadas por sua parte e que não há nenhuma indicação de concentração de mercado no segmento de transporte de valores que possa decorrer da possível aquisição.

Matéria atualizada para direito de resposta por parte da Prosegur.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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