Mau humor do investidor local com o Brasil se espalha em todo o mercado; Guide vê exagero
Não é só na B3 que o investidor local está vendedor. Enquanto os gringos estão com um apetite voraz por ações brasileiras desde o início de 2023, o fluxo local está bastante negativo em todo o mercado de risco.
Ou seja, a tendência observada ao final do ano passado se mantém neste começo de ano. É o que mostra levantamento feito pela Guide Investimentos, com dados de 2022 da bolsa brasileira e também da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
No ano passado, houve saques nas principais classes de fundos. Tanto os fundos de ações e multimercados quanto os fundos de renda fixa tiveram muitos resgates no acumulado de 2022.
As saídas foram observadas principalmente no período próximo às eleições. Ou seja, estiveram associadas ao risco eleitoral, conforme abaixo:
Mau humor e volatilidade
Para a equipe de investimentos da Guide, essa onda de resgates de fundos brasileiros é relevante. “Porém, o mau humor do investidor local com o Brasil é exagerado”, afirmam Fernando Siqueira e equipe, em relatório. Afinal, mesmo com os juros básicos elevados, até os fundos de renda fixa vem sofrendo resgates.
A expectativa é de que com a posse do novo Congresso nesta semana, a volatilidade no mercado local também aumente. Vale lembrar que o recesso parlamentar chega ao fim amanhã.
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Segundo a corretora, a baixa volatilidade e também o desempenho dos fundos multimercados, por exemplo, em relação à dos ativos locais é um sinal de alocação baixa. Tanto que da valorização do Ibovespa e do real neste início de ano, a maioria dos fundos multimercados estão abaixo do CDI em 2023.
Faltando apenas um pregão para janeiro acabar – o de hoje – o Ibovespa acumula valorização de 2,31% em 2023. Já o dólar tem queda de 3,10% no mesmo período.