Arena do Pavini

Material escolar: preços sobem 1,02% e variam até 325% entre lojas; veja 15 dicas para economizar

18 jan 2019, 8:02 - atualizado em 18 jan 2019, 8:02
(Pixabay)

Por Arena do Pavini –  É hora de comprar o material escolar das crianças, o que exige paciência e esforço para tentar economizar e reduzir o custo de livros, cadernos e outros materiais, que estão mais caros este ano. Um levantamento nacional do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) mostrou que houve alta de 1,02% em média nos preços dos materiais em comparação com o ano passado, abaixo da inflação geral, que entre janeiro e dezembro de 2018 foi de 4,32% de acordo com o Índice de Preços do Consumidor (IPC). Mas atenção: essa alta de preços não leva em conta a variação dos livros didáticos e não didáticos.

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Já a Fundação Procon-SP constatou um aumento de 9,95% no preço de 134 produtos relacionados aos materiais escolares em pesquisa feita entre os dias 5, 6, 7 e 10 de dezembro em nove estabelecimentos comerciais distribuídos pelas regiões norte, sul, oeste e centro da capital paulista. Mais que a inflação do Índice de Preços ao Consumidor de São Paulo (IPC-SP) da Fipe do período, que registrou uma variação de 3,47%.

Diferenças de preços de até 325%

Apesar do resultado abaixo do índice geral no país, os pais precisarão efetuar uma boa pesquisa de preços para economizar nas compras, já que existe grande diferença de preço entre lojas. Em São Paulo, segundo o Procon, em termos percentuais, a maior diferença de preço encontrada foi de 325%, no lápis preto Nataraj HB nº 2, sextavado, sem borracha da CIS/SERTIC. O maior preço encontrado foi de R$ 1,70 e o menor, R$ 0,40, uma diferença de R$ 1,30. O preço médio encontrado foi de R$ 1,07.

Em números absolutos, entretanto, o Procon diz que encontrou diferenças muito maiores. Por exemplo, o lápis de cor Jumbão Ecolápis, caixa com 24 cores foi encontrado pelo maior preço de R$ 63,90 e o menor, R$ 28,90, uma diferença de R$ 35,00, ou 121,11%.

Já a caneta Hidrocor 850L Junior, com 12 cores, saía por até R$ 55,52, mas no menor preço era vendida a R$ 24,60, uma diferença de R$ 30,92, ou 125,69%. O lápis de cor Aquarelável, caixa com 24 cores, variava entre R$ 46,90 e R$ 20,40, uma diferença de R$ 26,50, ou 129,9%

Na comparação das lojas pesquisadas por região, os melhores preços foram encontrados na Zona Norte da capital. A pesquisa completa está no site do Procon.

Transporte escolar subiu 5,19%

De acordo com o estudo feito pelo economista do Ibre André Braz, os produtos e serviços que apresentaram alta, além dos materiais escolares, foram: o transporte escolar (5,19%), livros didáticos (0,50%) e os livros não didáticos (0,46%).

 

Ao longo de janeiro, alguns desses itens podem sofrer variação em função da procura, que se intensifica com o início do ano letivo, por isso a importância da pesquisa diz o economista. “De todo modo, a variação ficou bem abaixo da inflação acumulada no período”, explica Braz, coordenador do IPC do FGV Ibre.

Boa Vista levanta dez dicas para o comprador

A Boa Vista SCPC, empresa de prestação de serviços para o comércio, fez uma lista de sugestões para os pais se organizarem e evitarem gastar além do necessário com as listas pedidas pelas escolas. Entre as recomendações, a Boa Vista destaca que é preciso conferir como está o orçamento, conversar com a criança de forma realista para explicar o impacto da compra do material no gasto da família, fazer uma boa pesquisa e só então fazer as compras, de modo consciente.

Chance de educar os filhos sobre dinheiro

O senso comum defende que os filhos devem ficar em casa enquanto os pais compram o material escolar. A decisão teria por objetivo economizar, já que as crianças tendem a influenciar a compra de itens mais caros – como os cadernos, lápis, mochilas e estojos dos personagens favoritos. Mas o consultor financeiro e pai, Guilherme de Almeida Prado, defende o contrário, que as crianças acompanhem o processo pois ele é um importante momento para passar às crianças as noções básicas de educação financeira. Além de levá-los às compras, ele afirma que os pequenos devem ser envolvidos, também, na etapa anterior: a pesquisa por melhores preços na internet; a elaboração do orçamento; e a busca por alternativas como a aquisição de livros usados a um custo menor.

Essa participação, diz Almeida Prado, ajuda no amadurecimento dos filhos e funciona como um importante instrumento de educação financeira. “Temos gerações de brasileiros que não sabem lidar com dinheiro e muitos pais acreditam que essa capacitação seja responsabilidade da escola, mas ela começa dentro de casa”, diz o consultor,  mestre em Administração de Empresas pela EAESP-FGV e autor do livro Conquiste Mais. Na visão do especialista, as crianças herdam muito mais do que o DNA dos pais; herdam os hábitos financeiros.

Almeida Prado cita cinco dicas para a compra do material escolar com as crianças:

1 – Atacarejo 

Faça as compras em “atacarejos” com um grupo de pais. Essa medida pode trazer muita economia.

2 – Ajuda dos filhos

Peça ajuda dos filhos para checar se há livros e material usado que possa ser comprado de outros pais e alunos e incentive-os a vender, também, os próprios livros usados. A medida, além de ser associada ao consumo consciente, trará importante dinâmica ao aprendizado dos filhos, sobretudo sobre reciclagem.

3 – Quanto tem para gastas

Ao levar os filhos para comprar o material, explique que há uma quantidade específica de dinheiro para gastar; que vocês precisam estar dentro desse valor. Se houver uma economia, ou seja, um gasto menor do que o previsto, incentive-o a usar esse dinheiro para comprar um item que tenha gostado. A ideia de haver um ganho ao economizar é muito importante. Nessa “aula”, aborde a importância de fazer boas escolhas – ou seja, o custo benefício, analisando preço e durabilidade.

4 – Elas escolhem

Ensine as crianças a fazer escolhas. Se houver dois itens iguais, mas com estampas diferentes, que o filho queira, encoraje-o a escolher um deles. Dessa forma, você estará ensinando sobre prioridades.

5 – Igual, mas diferente

Mostre itens iguais, mas com preços diferentes. Nesse contexto, fale sobre o conceito de coisas baratas e caras. Para os pequenos, mostre cédulas e moedas de valores diferentes, explicando o significado – o que cada uma pode comprar.

Abaixo, as 10 sugestões da Boa Vista para a compra do material escolar.

Dica 1: pesquise

Antes de ir às compras pesquise os preços. Hoje é possível realizar a pesquisa na internet em diversos sites ou aplicativos para celular, o que facilita muito a tarefa. Com este levantamento em mãos, consegue-se evitar a compra daquele item mais caro em determinadas lojas, e também uma melhor negociação quando se dirigir a uma loja física.

Dica 2: reutilize 

Antes de se desfazer dos materiais e uniformes do ano anterior, verifique o que pode ser reutilizado. No caso do uniforme e livros, é possível aproveitar os do filho mais velho para o mais novo. Mochila, estojo, apontador são alguns itens que podem ser reutilizados, caso estejam em bom estado. Faça parte de grupos de pais e mães da escola, verifique se é possível vender neles o que não será mais usado ou comprar itens que seu filho precise por um preço mais em conta, ou, ainda, trocar os materiais.

Dica 3: compre no atacado

Lojas que vendem no atacado costumam ter preços mais baixos, pois vendem em quantidade. Veja o que é possível comprar nessa modalidade, que possua prazo de validade estendido ou que será muito utilizado durante todo o ano. É comum que a criança utilize muitos lápis ou borrachas. Nestes casos, optar pelo atacado pode ser uma boa opção. Outra alternativa é se reunir com outros pais para ir às compras nessas lojas. Assim todos dividem os custos e acabam pagando menos.

Dica 4: compre com antecedência

Não deixe para se organizar, pesquisar e comprar o material escolar nas últimas semanas, já perto do início das aulas. Planeje-se para antecipar a compra. Assim você pode pesquisar preços e opções com mais tranquilidade e evitar lojas lotadas características nas últimas semanas de férias.

Dica 5: substitua itens

Avalie os itens da lista e veja o que pode ser substituído por uma opção mais em conta. Além disso, se possível, questione na reunião de pais a necessidade de itens que possam ter sido exigidos, mas que parecem desnecessários ou em quantidades discrepantes. Assim, a escola pode reavaliar a exigência para os anos seguintes.

Dica 6: envolva a criança 

Converse com a criança sobre a lista. Antes de negar um item de desejo, explique a realidade do orçamento familiar e busque alternativas mais baratas ao produto desejado que atendam às necessidades e aos anseios dela.

Dica 7: substitua os personagens

Seu filho quer o kit completo (mochila, estojo, lancheira etc.) de um personagem? Explique para a criança que ela precisa escolher apenas alguns itens do personagem desejado para que todo o material caiba no orçamento. Questione a necessidade do item, pergunte por que é preciso pagar mais em uma caneta apenas por ter um personagem gravado se a outra tem  a mesma utilidade. É uma boa oportunidade para ensinar como cuidar do dinheiro, um conhecimento importante para a vida deles.

Dica 8: negocie condições

Pechinchar pode fazer a diferença ao final da compra, por isso negocie condições de pagamento. Se for comprar à vista, veja a possibilidade de um percentual de desconto. Já se a opção for parcelar, fique atento se há juros e negocie.

Dica 9: siga a lista e adie o que não for imediato

Vá às compras com a lista em mãos e evite comprar itens que não estão inclusos, como aquela canetinha especial ou caixa de lápis de cor com o número de cores superior ao solicitado. Caso não tenha um bom desconto para a compra da lista toda, deixe os materiais que não são necessários nos primeiros meses de aula e aproveite as promoções, que são comuns após o início das aulas.

Dica 10: conserve os materiais

Converse com a criança sobre a importância de zelar pelo material durante o ano. Fale da importância de cuidar dos itens comprados para evitar desperdícios e gastos no meio do ano, comprando mais itens escolares, além de poder vender ou doar o material em bom estado para outra criança que não tem condições de compra-los novos. Encape os cadernos e livros para que eles se mantenham conservados ao longo do ano.

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