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Mastercard e Visa disparam nos EUA. Será que esse rali pode continuar?

24 set 2019, 6:40 - atualizado em 24 set 2019, 6:40
MASTERCARD
Os papéis de ambas as companhias dispararam entre 30% e 45% neste ano (Imagem: Bloomberg)

A Mastercard Inc. (MA) e a Visa (V), maiores redes de pagamento do mundo, mostraram ser uma excelente aposta para seus investidores. Apesar de todas as preocupações com o crescimento mundial, as guerras comerciais e a volatilidade nos mercados, suas ações continuaram em alta, superando o mercado mais amplo.

Os papéis de ambas as companhias dispararam entre 30% e 45% neste ano, enquanto o índice S&P 500 se valorizou 19%. Observando seus desempenhos em um horizonte maior, os ganhos foram ainda mais impressionantes. Nos últimos cinco anos, a Mastercard entregou um retorno de 260%, enquanto a Visa disparou 223%.

Gráfico Mastercard e Visa
Gráfico Mastercard e Visa

As histórias de crescimento da Visa e da Mastercard são impressionantes. Graças ao predomínio dessas empresas no mercado e à contínua mudança mundial para meios eletrônicos de pagamento, ambas as companhias estavam bem posicionadas para se beneficiar da forte economia global, dos sólidos gastos dos consumidores nos EUA e de um ambiente de crédito favorável.

No segundo trimestre, a Mastercard registrou um crescimento de 12% em receita, ao passo que a Visa entregou um aumento de 15% em comparação com o ano anterior. A receita da Mastercard cresceu mais de 17% em média nos últimos oito trimestres, de acordo com a FactSet.

Com esse crescimento explosivo, uma dúvida lógica na mente dos investidores é se essas gigantes dos pagamentos conseguirão continuar sua jornada de crescimento. Essa preocupação ganhou mais relevância em razão dos sinais cada vez maiores de fraqueza fora dos EUA, aliados ao prolongamento da guerra comercial sino-americana.

Expectativa de futuro altista

Apesar dessas preocupações, a comunidade de analistas ainda está bastante otimista com o futuro. Dos 38 analistas de Wall Street que cobrem a Mastercard, 35 recomenda comprar a ação. Já para a Visa, o número de recomendações de compra é de 34 entre 39 no total.

“Há poucas ações (se houver) além dessas que você pode ter um nível comparável de convicção em relação à entrega de um crescimento de ~20% no lucro por ação, em bases anuais, pelo menos nos próximos cinco anos”, declarou Lisa Ellis, analista da Moffett Nathanson, em uma recente nota aos clientes.

No caso da Mastercard, o sentimento ficou ainda mais altista nos últimos meses, depois que a companhia começou a gastar pesado com aquisições para destravar o crescimento futuro e construir suas capacidades digitais.

No mês passado, a empresa concordou em comprar uma plataforma de pagamentos da Nets, sediada na Dinamarca, por US$ 3,19 bilhões. No início deste ano, a companhia adquiriu a Ethoca, que ajuda os comerciantes a identifica fraudes, e a Vyze, uma fornecedora de soluções de pagamentos no ponto de venda. A empresa também adquiriu a Transactis, que oferece auxílio nos pagamentos de contas, e a Transfast, uma rede internacional de pagamentos.

A Visa, por outro lado, está consolidando sua posição dominante no mercado de meios de pagamento através de uma série de aquisições e parcerias.

A Visa estava intrinsecamente direcionada ao sucesso, declarou David Ritter, analista da Bloomberg Intelligence, em um relatório no mês passado. A rede já oferecia a infraestrutura para pagamentos eletrônicos quando o comércio digital começou a brilhar, e seu papel de intermediária nas transações gera altas margens de lucro com baixos custos e riscos.

“O maior vento a favor para a empresa é o fato de o comércio estar se tornando eletrônico”, declarou Ritter no relatório. “A empresa está em um setor excelente e possui uma posição invejável”.

Conclusão

Tanto a Visa quanto a Mastercard estão se beneficiando dos fortes gastos dos consumidores, da mudança cíclica do dinheiro para o crédito e de um persistente ambiente de juros baixos que impulsiona a despesa com consumo. Esse rali deve continuar se essas condições persistirem, mas as duas ações não ficarão imunes a uma forte desaceleração na economia. Qualquer correção na sua cotação deve ser encarada como uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo.

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