AgroTimes

Marubeni venderá negócios de grãos Gavilon para braço da Glencore por US$ 1,1 bi

26 jan 2022, 9:10 - atualizado em 26 jan 2022, 14:39
A Marubeni pagou 2,7 bilhões de dólares para comprar a comerciante de grãos Gavilon em 2013 e registrou uma série de perdas por redução ao valor recuperável desde então (Imagem: REUTERS/Yuriko Nakao)

A trading japonesa Marubeni venderá os negócios de grãos de sua unidade norte-americana Gavilon para a Viterra, braço da trading de commodities Glencore, por 1,125 bilhão de dólares, mais capital de giro, informou a Viterra nesta quarta-feira.

A Marubeni afirmou que espera ganhar de 300 bilhões a 400 bilhões de ienes (2,6 bilhões a 3,5 bilhões de dólares), incluindo empréstimos a Gavilon, por meio do acordo, que deve ser concluído após a reestruturação das operações nos EUA.

A Marubeni manterá o negócio de fertilizantes da Gavilon e algumas instalações para exportação de grãos.

O acordo, sujeito a condições de fechamento e aprovações regulatórias, deve ser concluído até 31 de março de 2023.

Em novembro, a Reuters informou que a Glencore e seus parceiros de fundos de pensão canadenses estavam procurando opções para expandir a Viterra nas Américas e na Austrália.

Além de seus principais ativos nos EUA, a Gavilon também possui operações no México, América do Sul, Europa e Ásia.

Para a Marubeni, a venda marcará o fim de uma jornada dolorosa, pois a empresa registrou uma série de perdas por redução ao valor recuperável (impairment), totalizando 120 bilhões de ienes, desde que comprou a Gavilon por 2,7 bilhões de dólares em 2013, devido aos preços mais fracos dos grãos e à volatilidade do mercado.

“Nosso objetivo inicial era nos tornarmos uma empresa global de grãos como Archer Daniels Midland e Cargill, expandindo o volume de negócios, mas a estratégia não funcionou, pois um volume maior representava maior risco de mercado”, disse Akira Terakawa, vice-presidente executivo sênior da Marubeni, em entrevista coletiva.

“Tivemos dificuldades também porque nosso preço de aquisição era muito alto”, disse ele, acrescentando que o negócio de grãos da Gavilon não era facilmente controlado pelos gerentes japoneses.

Grandes tradings de grãos ocidentais, incluindo ADM, Cargill e Louis Dreyfus, que lutaram por anos marcados por excesso de oferta global e margens reduzidas, viram suas fortunas mudarem durante a pandemia de Covid, à medida que governos e empresas de alimentos corriam para fazer estoques.

Antes da venda, a Marubeni reorganizará as operações do grupo, incluindo a transferência de oito dos elevadores de grãos detidos e operados pela Gavilon no norte dos Estados Unidos para a Columbia Grain International (CGI), outra unidade da Marubeni sediada nos EUA.

Outras etapas incluem a transferência de parte da participação acionária de um terminal de exportação de joint venture na Costa Oeste dos EUA que é detido pela Gavilon para a CGI e a transferência do negócio de fertilizantes da Gavilon para a Marubeni.

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