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Marketing político: Qual o impacto do posicionamento de artistas para as campanhas?

02 set 2022, 16:52 - atualizado em 02 set 2022, 16:52
lula e anitta
Nas eleições de 2022, o posicionamento de personalidades reconhecidas marca o apoio à candidatos (Imagem: Reprodução/Poddelas/Reprodução/Ricardo Stuckert)

Faltam 30 dias para as eleições de 2022, e os candidatos não contam apenas com a efetividade das campanhas eleitorais para se promoverem aos cargos públicos. Hoje, a manifestação de apoio de personalidades influentes no Brasil promove impacto no cenário eleitoral.

Nas redes sociais, festivais e eventos, a manifestação política está presente entre nomes reconhecidos no Brasil, como é o caso de Anitta, Caetano Veloso, Felipe Neto, Henrique e Juliano, Sérgio Reis, entre outros.

Segundo pesquisa da Opinion Box, 77% dos brasileiros seguem influenciadores nas redes sociais, sendo mais comum entre mulheres e jovens.

O estudo destaca que entre as pessoas de até 30 anos, especialmente, 9 em cada 10 disseram seguir influenciadores. Pessoas de diferentes classes sociais e entre as regiões do Brasil, porém, não apresentam comportamentos distintos.

Para Aníbal Chaim, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e autor do livro “Futebol, Corações e Mentes”, o resultado desse apoio político pode impactar os candidatos em diferentes níveis.

“Depende do candidato. Se for um candidato com base digital ativa, baixo impacto. Se for um candidato sem presença nas redes, pode ser alto”, explica.

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Posicionamento dos famosos

O posicionamento para as eleições de 2022 estão polarizadas entre Lula e Jair Bolsonaro.

Do lado de Lula, um dos destaques é Anitta, que se posicionou a favor do ex-presidente, apesar de destacar que não é uma apoiadora do PT.

Em linha, outras personalidades se manifestaram, por meio do Instagram, Twitter, TikTok e demais plataformas.

Do lado de Jair Bolsonaro, o apoio de cantores sertanejos segue forte, apesar de publicações serem menores que no período das eleições de 2018, quando nomes do sertanejo, como Gusttavo Lima e Henrique e Juliano, manifestaram apoio em suas redes sociais.

Para Chaim, a tendência de posicionamento das personalidades pode ser explicada por dois aspectos, sendo eles uma imposição realizadas pelas redes sociais de sinalização, bem como o objetivo de se destacar perante ao público.

“Por um lado, a demanda constante de sinalização de virtude imposta pelas redes sociais. Por outro, o desejo de personalidades de manterem-se em evidência, já que a política é hoje o maior holofote público do Brasil. Para o bem e para o mal”, diz.

2018 vs 2022

Em 2018, o apoio em redes sociais em 2018 para Jair Bolsonaro foi muito presente, vindo do meio sertanejo e de nomes como o empresário Roberto Justus.

Na ocasião, Anitta, que está expressivamente apoiando Lula nas eleições de 2022, se posicionou apenas a favor do movimento “Ele não”, contra Jair Bolsonaro, mas sem assumir o lado do PT, que tinha Fernando Haddad como candidato na época.

Em 2022, outro ponto que diverge das eleições de 2018 é que festivais, como o Rock in Rio que inicia nesta sexta-feira (2), estão ocorrendo durante o período de eleições.

Ainda em março, durante o Lollapalooza, a cantora Pabllo Vittar correu no palco com uma bandeira com o rosto de Lula. Na ocasião, o PL, partido de Jair Bolsonaro, denunciou a ação ao TSE, indicando propaganda eleitoral irregular, com realização de showmício.

Com isso, foram proibidas novas manifestações políticas no festival, bem como a aplicação de multa para o Lollapalooza.

O Rock in Rio ocorre em simultâneo com este período pela primeira vez e se manifestou previamente sobre o assunto.

(Imagem: Reprodução/Instagram)

Apoio pode direcionar resultados das eleições?

Aníbal Chaim aponta que o compartilhamento de conteúdo político depende de pessoas politizadas, portanto mais importante que influenciadores são as pessoas que compartilham seu conteúdo.

Um grande influenciador sem base politizada impacta pouco. Já um pequeno influenciador com base politizada impacta muito.

Questionado sobre possível busca dos famosos por agradar o público, Chaim diz haver, sim, mas que corre o risco de irritar/afastar a parcela de seu público que não comunga da mesma preferência política.

“Posicionar-se politicamente hoje é uma decisão arriscada tanto para personalidades quanto para empresas e empresários”, conclui.

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