Transportes

Marítimos exaustos são novo risco para cadeias de suprimento

07 ago 2020, 14:21 - atualizado em 07 ago 2020, 14:21
Navio
Além de as rotas do Pacífico se tornarem menos eficientes para os graneleiros, mais armadores optaram por desvios mais longos para locais como Kochi, no sul da Índia, disse a Braemar (Imagem: Pixabay)

Há um novo risco para as cadeias de abastecimento globais: trabalhadores marítimos exaustos, presos no mar há meses, cruzam os braços em meio às restrições devido à pandemia de coronavírus.

Três navios estão parados na Austrália depois que tripulações que trabalharam além de seus contratos pediram para ser repatriadas, de acordo com a Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF, na sigla em inglês).

O coordenador nacional da organização na Austrália, Dean Summers, disse que avalia opções para cerca de outros quatro navios, sem dar detalhes.

Os navios Conti Stockholm, Ben Rinnes e Unison Jasper estão parados nos portos de Fremantle, Geelong e Newcastle, respectivamente, disse o sindicato em comunicado na quinta-feira.

Os três navios são “apenas a ponta do iceberg”, disse Summers no comunicado, acrescentando que as tripulações têm o direito de se recusar a navegar.

“A pandemia Covid-19 tornou as mudanças para a tripulação extremamente difíceis e estamos começando a ver ineficiências da frota”, disse a Braemar ACM Shipbroking em relatório de 6 de agosto. “Um grande número de marítimos em navios mercantes não pôde desembarcar depois que seus contratos terminaram, enfrentando tempos excessivos no mar e fora de casa.”

Além de as rotas do Pacífico se tornarem menos eficientes para os graneleiros, mais armadores optaram por desvios mais longos para locais como Kochi, no sul da Índia, disse a Braemar, referindo-se a navios mercantes que transportam cargas como grãos, carvão e minério de ferro. O abastecimento do Atlântico não parece ter sido muito afetado, acrescentou.

De acordo com a Câmara Internacional de Navegação, cerca de 250 mil marítimos estão presos no mar sob risco crescente de exaustão física e mental.

Isso pode ter um impacto na segurança, pois a fadiga aumenta o risco de erro humano e acidentes, disse Ralph Leszczynski, chefe de pesquisa da corretora de navios Banchero Costa & Co.

“Os membros das tripulações podem ter motivos pessoais importantes para serem repatriados o mais rápido possível, mas atualmente os custos e os desafios logísticos para mandá-los para casa são enormes”, disse Leszczynski.

Dos três navios parados na Austrália, o Unison Jasper transportava alumina, e o Ben Rinnes foi afretado pela Cargill para transportar soja, disse a ITF. O Conti Stockholm é um navio porta-contêineres.

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