Marisa (AMAR3) pode virar um ‘caso Americanas’? Ações despencam após resistência de credores
As ações da Marisa (AMAR3) despencavam 15,09%, por volta das 12h05 do pregão desta quinta-feira (9), cotadas a menos de R$ 1 — valiam R$ 0,90 nesse horário.
O movimento vem após a rede de moda feminina encontrar resistência dos bancos credores para renegociar suas dívidas.
No terceiro trimestre de 2022 (3T22), o déficit líquido da companhia somava cerca de R$ 566 milhões.
A analista da Eleven, Victoria Minatto, explica que essa escassez nas linhas de crédito para o varejo pode estar associada ao estresse que ainda paira sobre o mercado desde o “caso Americanas”. A varejista de e-commerce anunciou dívida de R$ 41 bilhões com credores.
A Marisa informou que, em continuidade ao processo de otimização financeira e aprimoramento de sua estrutura de capital, contratou a BR Partners para assessorá-la no processo de renegociação de seu endividamento financeiro. A Galeazzi Associados também apoiará no aperfeiçoamento da estrutura de custos da companhia.
A loja de roupas não entrou com pedido de recuperação judicial ou medidas de proteção contra os credores até o fechamento desta reportagem.
Na quarta (8), os papéis da loja de roupas já perderam 6,19% e fecharam o dia valendo R$ 1,06. A queda da véspera veio com a notícia da renúncia do presidente, Adalberto Pereira dos Santos. Alberto Kohn de Penhas, atual vice-presidente comercial e executivo, assumirá o cargo interinamente.
Marisa pode virar um “caso Americanas”?
Segundo Minatto, da Eleven, a Marisa é uma empresa “bastante alavancada, que queima muito caixa e tem prejuízos acumulados ano após ano”. Por isso, o operacional da companhia é aquém das demais varejistas.
A analista afirma que, apesar de também sofrer com o atual cenário, “não é nada que se compare ao caso da Americanas”.
Mesmo com uma visão mais positiva para AMAR3, Minatto não recomenda a compra das ações.