Opinião

Marink Martins: Vamo que vamo Petrolina!!!

01 fev 2019, 18:11 - atualizado em 01 fev 2019, 18:11

Por Marink Martins, do MyVol e autor da newsletter Global Pass

Imagine você, um felizardo que acabou de passar um mês de férias em uma praia distante, curtindo a sua família e desconectado quase que por completo das notícias do dia a dia. Apesar do jet lag e da diferença de fuso, acorda as 2:30 da manhã bem-disposto, com saudades daquela injeção de adrenalina que normalmente se faz presente diante da perspectiva de ganhos rápidos na bolsa.

Ao ler as principais manchetes, e estudar sobre o que se passou pelo mundo durante os 30 dias que esteve fora, observa que todo aquele tumulto vivido pelos mercados no período natalino nada mais foi do que uma típica “balançada na roseira” para expulsar os “mãos-fracas” do mercado.

Após duas horas assistindo a CNBC, lendo o Zero Hedge, e trocando alguns e-mails com um colega de trabalho, dá uma parada para tomar um café e, no caminho entre o escritório e a cozinha, percebe aquela excitação e pensa para si: é chegada a hora da arrancada para a bolsa brasileira.

Dialogando consigo mesmo, reflete aristotelicamente:

-Powell sucumbiu às forças trumpianas.

-O BC chinês voltou a estimular a economia.

-As commodities, de forma geral, parecem ter encontrado um grande suporte. Algumas já entraram em tendência de alta.

-E o Brexit, hein? Acho que ninguém mais quer saber disso…

Pensando sobre o Brasil, reflete agora seletivamente:

-Com a catástrofe de Brumadinho ninguém mais falou do Flávio.

-A chacoalhada na bolsa foi boa para afastar os fracos.

-Já se fala em uma reforma da previdência mais inclusiva.

-Caramba, o Guedes tá falando em privatizar tudo e só ficar com a Caixa, a Petrobras e o Banco do Brasil.

Tomado por um sentimento ainda maior de angústia e excitação, espera ansiosamente pela abertura da bolsa.

Está louco para comprar Petrobras. Afinal, raciocina que em cenários como estes todos querem papéis de “beta” elevado.

Buscando confirmar sua crença, faz um gráfico comparativo e constata que, em termos relativos, o tal “cavalinho” ficou para trás.

Imaginando que estará em uma reunião justamente no momento de abertura da bolsa, liga para seu amigo que é broker, e após dois minutos de bate-papo reclamando do imenso calor do Rio de Janeiro, manda ver:

-Compra 10 quilos de Petro a preço de abertura pra mim!!!

Ao desligar, não consegue se conter e manda em voz alta:

-Vamo que vamo Petrolina!!!!