Opinião

Marink Martins: Trending – Temas interessantes em discussão pelo mundo

03 fev 2019, 13:27 - atualizado em 03 fev 2019, 13:27

Por Marink Martins, do MyVol e autor da newsletter Global Pass

Uma surpresa neste ano é que a Coca-Cola, tradicional anunciante em eventos das finais da liga de futebol americano dos EUA, ficará de fora este ano. A Pepsi, por outro lado, vai com tudo na tentativa de ganhar fatia de mercado entre as bebidas carbonatadas – um mercado que parou de crescer devido a mudanças de hábitos entre os mais jovens.

Apesar do custo da inserção de 30 segundos está nas alturas, a audiência do jogo mais assistido do mundo vem caindo, levantando um questionamento com relação ao interesse dos americanos quanto ao esporte. Veja o gráfico abaixo:

Quem ganha mais: a estrela do futebol americano, Tom Brady, ou o presidente do conselho da Goldman Sachs, David Salomon?

O ano de 2018 foi generoso com o CEO & Chairman da Goldman. Salomon levou para casa US$1,9 milhões de salário, US$21 milhões de bônus e mais US$15,4 milhões em ações restritas que migrarão para sua conta ao longo dos próximos anos. Já o quarterback do New England Patriots ganhou entre salário e bônus US$15 milhões. Especula-se que tenha levado um adicional de quase US$10 milhões referentes a anúncios. Em síntese, Wall Street, apesar de todos os problemas, ainda reina.

Entre coletes amarelos, coletes azuis e cachecóis vermelhos, a popularidade de Macron só se deteriora

Apesar dos recentes movimentos anti-revolucionários (coletes azuis e cachecóis vermelhos) vistos na França, a popularidade do líder francês vem se deteriorando de forma contínua como podemos ver na imagem abaixo:

Na imagem acima vemos como 76% dos entrevistados se mostram insatisfeitos com as atitudes de Emmanuel Macron.

Brincando com fogo – Alemanha, França e Inglaterra se unem ao formar a Instex, uma alternativa ao domínio norte-americano exercido através do SWIFT

Apesar da recente euforia vivida no mercado acionário, os riscos geopolíticos parecem se intensificar. Há quem diga que entre as tensões sino-americanas e o recente abandono do acordo do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (Tratado INF) entre os EUA e a Rússia, o grande perdedor parece ser a união europeia.

E para piorar, os três países mais importantes na Europa – Alemanha, Inglaterra e França – avançam no desenvolvimento da Instex – um substituto para o SWIFT – que permitirá que países europeus efetuem transações comerciais com o Irã sem que haja intervenção norte-americana.

Paralelamente, está em andamento um processo de um upgrade na aviação de defesa alemã. Na briga, tecnologias oferecidas pela Lockheed Martin, Boeing e Airbus. Há rumores de que a Lockheed Martin já estaria fora da briga. Sendo assim, uma escolha favorecendo a Airbus poderá ser o catalisador para uma eventual canetada Trumpiana para penalizar o comércio com os europeus. Caso os europeus não tomem os devidos cuidados, em breve, terão aviões americanos e russos circulando sobre seu espaço aéreo.

No vídeo abaixo, gravado no início de dezembro de 2018 – época em que os mercados estavam em tendência de baixa – falei sobre o exercício de poder norte-americano (“power grab“) no qual o governo americano passou a exigir informações sobre todas as operações registradas na clearing internacional SWIFT. Confira: