Marink Martins: Powell ain’t Tombini!
Por Marink Martins, do blog MyVol e autor da newsletter Global Pass
Teria o S&P 500 se valorizado nessa tarde de quarta-feira caso o presidente do FED, tivesse não só elevado a taxa de juros como fez, mas também tivesse sinalizado que ficaria on hold, esperando por mais dados econômicos?
Possivelmente sim, pelo menos essa era a expectativa do mercado, dado que o mercado já subia bastante em antecipação a um evento como esse. Mas na verdade não temos como saber. A minha intuição me diz que o mercado cairia também.
O ponto que eu gostaria de passar para você, é que achei a decisão extremamente sensata – fiquei mais encorajado com a política monetária norte americana dado a sua transparência e seu nível de independência.
Mais importante do que o comunicado em si foi a sessão de perguntas e respostas que se seguiu a reunião. Steve Liesman, economista chefe da CNBC, perguntou a Powell se no processo decisório foram levadas em consideração: uma queda nos mercados, a relevância da guerra comercial sino americana, e a pressão política feita por Trump.
Powell respondeu que, sim, a queda foi levada em consideração, que em relação à guerra comercial ainda não vemos dados que indicam uma desaceleração econômica, e que o FED se mantêm independente e comprometido com o dual mandate – manter a inflação estável e o desemprego mais baixo possível.
Powell também explicou que o FED considera que a economia continuará crescendo e que a taxa de desemprego que deve cair para 3,5%.
Na minha análise, o mercado vem caindo por um processo de acomodação, onde o mercado ficou mal acostumado com uma certa “put” do FED.
E, no momento, vemos um FED agora comprometido não em frear a economia, mas simplesmente criando um espaço maior para que, eventualmente, caso haja de fato um processo recessivo para 2020, que ele possa usar suas ferramentas de política monetária.
Confira no vídeo!